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Ex-mulher relatou ao Itamaraty ameaça de morte por Bolsonaro, diz jornal

Segundo a 'Folha de S. Paulo', telegrama de embaixador na Noruega em 2011 relata afirmação de Ana Cristina Valle, que teria viajado ao país após ameaça

Por Da Redação
Atualizado em 26 set 2018, 17h12 - Publicado em 25 set 2018, 19h06

Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, teria informado ao Itamaraty em 2011 que foi ameaçada de morte por Bolsonaro e por isso, em 2009, deixou o Brasil rumo à Noruega com o filho do casal, Jair Renan, então com 11 anos. A informação foi publicada nesta terça-feira 25 pelo jornal Folha de S. Paulo, que teve acesso a um telegrama arquivado no órgão. À época, o casal brigava na Justiça do Rio de Janeiro pela guarda da criança.

“A senhora Ana Cristina Siqueira Valle disse ter deixado o Brasil há dois anos ‘por ter sido ameaçada de morte’ pelo pai do menor [Jair Bolsonaro]. Aduziu ela que tal acusação poderia motivar pedido de asilo político neste país”, diz o telegrama escrito pelo então embaixador do Brasil na Noruega, Carlos Henrique Cardim, e enviado a Brasília pela Embaixada Brasileira em Oslo, capital norueguesa.

Ana Cristina Valle é candidata a deputada federal pelo Podemos no Rio de Janeiro. Ela usa o nome de Cristina Bolsonaro e apoia a candidatura de Jair Bolsonaro à Presidência.

O jornal diz que Cardim reconheceu o documento e afirmou que fez o relato com base em informações prestadas pelo vice-cônsul brasileiro no país europeu. A Folha publicou no final de semana que Bolsonaro acionou o Itamaraty em 2011 para que localizasse Ana Cristina após sua viagem com o menor, que não teria sido autorizada pelo deputado. A prática fugiria à norma do Itamaraty de não interferir em assuntos pessoais de brasileiros no exterior.

Carlos Cardim disse ao jornal que conversou com Jair Bolsonaro à época e, depois, ouviu o relato do vice-cônsul, que havia falado por telefone com a ex-mulher do deputado.

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“Foi explicada a ela a legislação do Brasil, da Noruega. E aí ela mencionou para o vice-cônsul que estava pensando em pedir asilo. E que teria dito ao vice-cônsul que sofreu uma ameaça de morte do deputado Bolsonaro. E o vice-cônsul me transmitiu isso”, afirmou Cardim à reportagem da Folha.

Ao jornal, Cardim declarou também que o documento “relata” os fatos. “Não estou aqui [no telegrama] julgando se houve ou não essa ameaça. Só estou registrando o fato que ela falou para o vice-cônsul. E ponto. Lá [embaixada] não é delegacia de polícia. Se ela quiser apresentar uma queixa, ela vai a uma delegacia de polícia no Brasil, apresenta, é outro processo, compreende?”, afirmou.

Em outro telegrama a que a Folha de S. Paulo teve acesso, Jair Bolsonaro alegou ao Itamaraty que Ana Cristina Valle conseguiu um passaporte para o filho “com base em certidão de nascimento expedida antes do reconhecimento de paternidade feito pelo deputado Bolsonaro”.

O parlamentar ainda teria sustentado que a atitude de Ana Cristina “constituiria falsidade ideológica com intuito de sequestro”. Assim, ele teria pedido a “gestão do Itamaraty para averiguar as condições em que estaria o menor”.

Outro lado

A reportagem tentou contato com a campanha de Jair Bolsonaro, mas até agora não teve resposta. Ele está internado no hospital Albert Einstein, em São Paulo, para se recuperar do atentado a faca que sofreu em Juiz de Fora em 6 de setembro.

Ana Cristina Valle disse à reportagem que “não falou com nenhum cônsul ou vice” e que foi seu atual marido, um norueguês, quem teve contato com a representação brasileira em Oslo. Ana Cristina afirmou ainda que ele “falou que não disse nada disso [ameaça de morte]” à Embaixada.

Em um vídeo divulgado nas redes sociais nesta terça, a ex-mulher de Bolsonaro negou a ameaça de morte. “Nunca. Pai do meu filho, meu ex-marido, ele é muito querido por mim e por todos. Ele não tem essa índole para poder fazer tal coisa, bom pai, bom ex-marido, foi um bom marido também. Espero que vocês acreditem”, diz ela.

Ana Cristina Valle declara que a imprensa pretende “denegrir” a imagem do candidato do PSL porque ele está em primeiro lugar nas pesquisas eleitorais. “Nada vai fazer com que ele caia, ele está em pé depois de tudo que aconteceu e vai continuar e vai chegar à Presidência”, afirma Ana Cristina, que diz acreditar na vitória de Jair Bolsonaro em primeiro turno.

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