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Ex-deputado Cândido Vaccarezza é preso na Lava Jato

Líder na Câmara dos governos dos petistas Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, o político é acusado de receber 500 mil reais em propina

Por Da redação
Atualizado em 18 ago 2017, 11h56 - Publicado em 18 ago 2017, 07h43

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira duas fases da Operação Lava Jato – 43ª e 44ª – e cumpre mandados em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Santos. Um dos pedidos de prisão temporária expedidos pelo juiz federal Sergio Moro tem como alvo o ex-deputado federal Cândido Vaccarezza, que foi líder na Câmara dos governos dos ex-presidentes petistas Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff

As operações foram denominadas Sem Fronteiras e Abate. Agentes cumpriram 46 ordens judiciais – seis prisões temporárias, 29 buscas e apreensões e onze conduções coercitivas. Além de Vaccarezza, foram presos o operador financeiro Henry Hoyer de Carvalho e o ex-gerente da Petrobras Marcio Ache. Eles serão transferidos para a Superintendência da PF em Curitiba.

Dalmo Monteiro, ex-gerente da Petrobras, e Luiz Eduardo Loureiro de Andrade, representante da empresa norte-americana Sargeant Marine, também são alvos de mandados de prisão. Eles estão no exterior e serão notificados para retornar ao Brasil. Outro ex-gerente da Petrobras, Carlos Roberto Martins Barbosa, está hospitalizado e teve o seu mandado de prisão revogado.

A Sem Fronteiras (43ª fase) investiga a relação suspeita entre executivos da Petrobras e um grupo de armadores estrangeiros para obtenção de informações privilegiadas e favorecimentos em contratos milionários com empresas.

Já na Abate, a 44ª fase, responsável pela prisão de Vaccarezza, as investigações estão relacionadas a crimes de corrupção, desvio de verbas públicas e lavagem de ativos na contratação de grandes empresas pela Petrobras.

Sem identificar os alvos, a PF disse que a ação tem o objetivo de desarticular um grupo criminoso apadrinhado por um ex-deputado federal, cuja influência era usada para a obtenção de contratos da Petrobras com uma empresa estrangeira.

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R$ 500 mil em propinas

Vaccarezza foi preso em São Paulo. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o ex-deputado recebeu cerca de 500 mil dólares em propinas para intermediar a contratação pela Petrobras da empresa norte-americana Sargeant Marine, que fazia o fornecimento de asfalto.

Os procuradores dizem que influência de Vaccarezza, em decorrência de seu cargo, culminou na celebração de doze contratos, entre 2010 e 2013, da estatal com a Sargeant Marine, no valor de aproximadamente 180 milhões de dólares. “As evidências indicam ainda que sua atuação ocorreu no contexto do esquema político-partidário que drenou a Petrobras, agindo em nome do Partido dos Trabalhadores (PT)”, disse o MPF em comunicado.

Vaccareza deixou de exercer a função legislativa ao não conseguir se reeleger em 2014. O político virou um crítico do PT depois que se desfiliou do partido, em 2016. Ele presidiu o diretório paulista do PTdoB e vinha declarando apoio ao presidente Michel Temer (PMDB) em entrevistas.

Também foi decretada a prisão do representante da Sargeant Marine no Brasil, bem como de dois gerentes da Petrobras à época acusados de envolvimento no escândalo.

O advogado Marcellus Ferreira Pinto, que defende Vaccarezza, disse que se manifestará assim que tiver acesso aos autos da investigação. Não foi possível entrar em conta com os representantes da Sargeant Marine.

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Outros alvos

Na operação Sem Fronteiras, o MPF investiga um esquema que contaria com a participação do cônsul honorário da Grécia no Brasil, Konstantinos Kotronakis, para facilitar a contratação de navios gregos, mediante o fornecimento de informações privilegiadas e o pagamento de propinas.

Por meio do esquema, grupos empresariais — dos quais Kotronakis é sócio ou tem vínculos indiretos — formalizaram contratos de afretamento com a Petrobras, entre os anos de 2009 a 2013, em valores que superam 500 milhões de dólares. “Ao menos 2% desses valores era destinado ao pagamento de propina a funcionários públicos corrompidos, operadores financeiros e agentes políticos”, afirmou o MPF.

O MPF investiga suspeita de favorecimento às empresas gregas Olympic Agencies, Perosea Shipping, Tsakos, Aegean Dynacom Tankers Management, Galbraiths e Dorian Hellas em contratos com a Petrobras. Não foi possível fazer contato com nenhuma dessas companhias.

“Estas novas operações deixam um recado claro: empresas estrangeiras não serão poupadas na Lava Jato. Muitas multinacionais têm tradição de cooperar com as investigações, mas é uma vergonha que várias delas não tenham atuado proativamente para investigar os fatos e contribuir com a Justiça brasileira”, disse o procurador da República Athayde Ribeiro Costa, em comunicado.

(Com Estadão Conteúdo e Reuters)

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