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Ex-banqueiro deve disputar Presidência pelo Partido Novo

Legenda de tendência liberal cogitou nomes como Luciano Huck e João Doria, mas deve lançar seu fundador, João Amoêdo, para disputar o Planalto em 2018

Por Estadão Conteúdo
30 out 2017, 11h28

Engenheiro civil, administrador de empresas e ex-banqueiro, João Dionísio Amoêdo, de 55 anos, deve ser mais um nome na disputa pela Presidência da República em 2018. Fundador do Partido Novo, legenda de caráter liberal que defende uma ampla política de privatizações, o ex-sócio do BBA se tornou o provável candidato do partido, depois de especulações que foram do apresentador Luciano Huck ao prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB).

Em junho, Amoêdo renunciou à presidência do Novo. Pelas regras da sigla, candidatos não podem exercer funções partidárias na legenda nos últimos quinze meses antes de uma eleição. “Hoje, estou nessa posição para ter essa opção (de ser candidato), mas ainda não houve uma decisão sobre isso”, afirmou o engenheiro.

A principal atividade do possível candidato hoje é viajar pelo país apresentando as ideias do partido, como fez recentemente em Salvador (BA) e Ribeirão Preto (SP). No dia 18 de novembro, estará em São Paulo no 3º Encontro Nacional do Novo, uma convenção que deve indicá-lo como o escolhido do partido ao Planalto. Anúncios oficiais, no entanto, só podem acontecer no ano que vem, por conta da lei eleitoral que proíbe propagandas antecipadas.

“As conversas que temos no diretório é que, na nossa opinião, ele seria o melhor candidato para o partido. Ele tem interesse, então eu diria que a conspiração é favorável”, afirmou o engenheiro Ricardo Taboaço, amigo de Amoêdo há 30 anos e também integrante do Novo – é vice-presidente do Diretório Nacional.

Perfil

Formado em engenharia civil pela UFRJ e em Administração de Empresas pela PUC-RJ, Amoêdo foi estagiário do Citibank e cresceu profissionalmente na Fináustria, a financeira do BBA, do qual chegou a ser sócio. Foi também conselheiro e vice-presidente do Unibanco. Hoje é sócio da Casa das Garças, um centro de estudos de tendência liberal no Rio de Janeiro.

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Amoêdo pode ser considerado um tipo raro na eventual disputa ao Planalto. De fato, vem de fora do mundo político – como a maioria dos hoje quase quinze mil filiados ao partido. Os apoiadores da sigla são, sobretudo, profissionais liberais de diversas áreas. Porém, a legenda ganhou fama de ser considerada a mais alinhada ao mercado financeiro.

O ex-banqueiro possui relação próxima com economistas que ocuparam postos de comando no alto escalão das gestões de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), como os ex-presidentes do Banco Central Armínio Fraga e Gustavo Franco – este comanda a Fundação Novo, dá palestras em nome do partido e deve ser o formulador das propostas econômicas da legenda. Para ingressar no Novo, Gustavo Franco se desfiliou recentemente do PSDB.

“O Amoêdo tem uma visão clara e liberal quanto ao papel do estado no Brasil”, disse Armínio Fraga, que convive com o fundador do Novo há pelo menos dez anos e mantém com ele conversas sobre o partido sem, contudo, ser filiado.

Em sua página no Facebook, Amoêdo defende a desburocratização e valores como liberdades individuais e empreendedorismo. Faz também a defesa do Bolsa Família, desde que o principal programa de assistência social do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenha uma “porta de saída”.

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‘Gestor’

Amoêdo e o Novo, em linhas gerais, advogam para que o estado brasileiro seja reduzido ao mínimo e concentre seus investimentos na educação básica, saúde e segurança pública. “O estado não deveria ser gestor de empresas e o Novo defende a desestatização de todas as empresas. A gestão privada é mais eficiente”, afirmou o ex-presidente da legenda.

Amigos próximos definem Amoêdo como “pragmático”. Ele também é frequentemente apontado como um bom “gestor”, palavra na moda no mundo político. “João tem experiência em gestão, não é aquele cara do mercado que só sabe fazer operação financeira”, disse Taboaço. Criar um partido foi uma tarefa árdua. Da coleta de assinaturas com ajuda da mulher Rosa Helena e das três filhas à peregrinação em Brasília, até que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concedesse, em fevereiro de 2015, o registro, foram cerca de quatro anos.

Durante todo esse processo, dizia estar mais cansado do que na época em que trabalhava por horas tomando decisões importantes no banco. A fundação da sigla é de 2011, embora as primeiras conversas sobre sua criação tenham sido realizadas em 2008. “Tínhamos lá atrás a visão de que havia alguma coisa errada nesse modelo”, disse Amoêdo à reportagem ao relembrar os primeiro passos do Novo, nome sugerido por uma de suas filhas, Mariana, a mais nova, em um jantar em família.

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“Ele sempre foi muito aberto conosco, desde o começo do Novo. Vimos a empolgação dele, agora está todo mundo envolvido”, afirmou a engenheira ambiental Ana Luiza, outra filha do ex-banqueiro. Para 2018, a meta do Novo é ambiciosa: eleger o maior número possível de parlamentares. “Não queremos puxadores de votos, queremos puxadores de ideias”, disse Amoêdo, que sonha ver seu partido com até 30 deputados no Congresso Nacional.

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