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Estreante, Haddad enfrenta experiência de Serra na TV

Candidatos a prefeito de São Paulo prometem evitar ataques pessoais e perguntas sobre o mensalão em primeiro debate da eleição municipal

Por Cida Alves e Thais Arbex
2 ago 2012, 07h19

Desde a semana passada, a rotina do petista Fernando Haddad inclui treinos diários para o primeiro debate na televisão entre os candidatos a prefeito de São Paulo, que acontece na noite desta quinta-feira, na Band. A maior preocupação do PT é ajustar o tempo de Haddad ao da televisão para que consiga enfrentar a experiência de seu principal adversário, o tucano José Serra, veterano em disputas eleitorais e nos embates ao vivo. O ex-governador, aliás, usará justamente essa vivência como principal argumento para convencer o eleitor.

Acostumado com as longas falas de professor universitário, Haddad, que disputa pela primeira vez uma eleição, faz exercícios com a equipe técnica de sua campanha em que simula debates com rivais. O objetivo do marqueteiro João Santana é fazer com que o petista, que é prolixo, seja breve e objetivo em suas respostas. No cronômetro de Santana, um minuto e meio é o novo tempo de Haddad.

A apreensão do PT se deve ao resultado das pesquisas eleitorais. A dois meses do pleito, Haddad segue estagnado em um dígito. De acordo com o último levantamento do Datafolha, divulgado no dia 21 de julho, o ex-ministro tem apenas 7% das intenções de votos, empatado tecnicamente com Soninha Francine (PPS), e bem atrás do candidato do PSDB, José Serra, que tem 30% das intenções de voto. Celso Russomano (PRB) tem 26%.

“No conteúdo, ele está preparadíssimo”, afirma um petista sobre Haddad. “Só estamos trabalhando para ajustar o tempo”. Haddad está sendo assessorado também para o conteúdo de suas respostas pelos vereadores Antônio Donato e José Américo, coordenadores da campanha. Eles são os responsáveis por orientar o candidato sobre os melhores argumentos para os temas polêmicos, como o julgamento do mensalão, que começa na tarde desta quinta-feira no Supremo Tribunal Federal (STF).

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Representantes dos candidatos que participam do debate apostam que Carlos Giannazi, do nanico PSOL, será o responsável por colocar o mensalão na pauta. A estratégia do PT é que Haddad responda associando seu nome à “renovação do PT”. O ex-ministro usará este primeiro debate para se apresentar ao eleitorado, adiantando propostas do programa de governo, que deve ser lançado no dia 13, em um ato que marcará a entrada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha de seu afilhado.

Os tucanos apostarão as fichas na longa experiência de Serra como gestor. O candidato disputa sua quinta eleição para cargo majoritário – sendo duas presidenciais – e já foi governador de São Paulo e prefeito da capital. Durante a semana, Serra disse estar “permanentemente preparado” para o debate. O ex-governador deve passar o dia reunido com a equipe de comunicação de sua campanha para se preparar para o primeiro embate desta eleição.

Segundo tucanos, Serra não deverá usar o julgamento do mensalão para atacar Haddad. “Temos de falar da cidade e dos temas municipais. É um debate sobre a prefeitura de São Paulo”, diz um aliado do tucano.

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Padrinho político do prefeito Gilberto Kassab (PSD), Serra vai mostrar os feitos da gestão, que começou em 2006, quando o tucano deixou a prefeitura da capital para se candidatar ao governo do estado. “Serra vai ressaltar o tempo todo sua experiência e vai se apropriar de tudo que foi feito na cidade e dos projetos que ainda serão executados”, diz um integrante da campanha do PSDB. “Teremos o bônus e ônus, é claro. Os adversários jogarão todos os problemas da cidade nas costas do Serra durante o debate.”

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Empatado tecnicamente em primeiro lugar com Serra nas pesquisas eleitorais, Celso Russomanno cancelou sua agenda nesta quarta e quinta-feira para se dedicar exclusivamente à preparação para o debate. Na quarta-feira, Russomanno se reuniu com uma equipe de dez pessoas para alinhar questões relacionadas ao conteúdo que será abrodado no debate com o programa de governo do candidato. “Hoje, ele deve descansar durante o dia para chegar ao debate com a cabeça tranquila”, afirma o coordenador de marketing do candidato, Ricardo Bergamo.

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Russomanno deverá ser questionado sobre a ligação de seu nome com o contraventor Carlos Cachoeira, apontada em reportagem do jornal Correio Braziliense nesta segunda-feira. “Também seria ótimo alguém colocar esse assunto, porque para nós não há problema nenhum”, desafia Bergamo.

Debate morno – Na avaliação do comando das campanhas, o primeiro espaço na TV da corrida eleitoral será usado para apresentação dos candidatos, que devem evitar o quanto puderem comportamentos que causem rejeição, mantendo um clima morno diante das câmeras. Quem acompanha de perto a preparação de um dos candidatos diz que, neste momento, quem sair para a briga será prejudicado.

Os petistas contam com a televisão para dar visibilidade ao ex-ministro da Educação, desconhecido do eleitorado paulistano, e fazer com que os eleitores passem a identificá-lo com Lula. O ex-presidente assistirá ao debate de sua casa em São Bernardo do Campo, no ABC paulista.

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Embora tenha sido subprefeita na gestão de Gilberto Kassab e trabalhado na campanha de José Serra para a presidência em 2010, Soninha Francine, candidata do PPS, afirmou que não poupará a atual administração, mesmo acreditando que os concorrentes a colocarão em uma posição de continuidade. “Aos meus adversários interessa fazer essa relação.”

Gabriel Chalita, do PMDB, usará o púlpito para tentar atacar José Serra. Na avaliação de sua campanha, Chalita deve ser o porta-voz do eleitorado que “demonstra exaustão e descrédito com determinados nomes”. O vice-presidente, Michel Temer, mentor da candidatura do deputado, desembarca em São Paulo nesta quinta-feira. Durante a tarde, Temer terá um encontro com seu pupilo.

Regras – Participarão do debate os oito candidatos cujos partidos têm representação na Câmara dos Deputados. No estúdio, eles ficarão posicionados na seguinte ordem, da esquerda para a direita: Carlos Giannazi (PSOL), Celso Russomanno (PRB), Soninha Francine (PPS), Levy Fidelix (PRTB), Gabriel Chalita (PMDB), José Serra (PSDB), Paulinho da Força (PDT) e Fernando Haddad (PT).

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O debate terá cinco blocos. No primeiro, internautas farão perguntas para os candidatos. No terceiro, perguntarão quatro jornalistas convidados pela Band. Os candidatos farão perguntas entre si nos segundo e quarto blocos. O último será para as considerações finais. O tempo máximo que os candidatos terão para cada resposta é de um minuto e meio. No total, o debate durará cerca de duas horas e meia.

Cada candidato terá direito a levar 16 convidados: dez para a plateia do debate e outros seis que ficarão em um espaço VIP do lado de fora do estúdio.

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