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Entre danças e shows, Marina Silva oficializa candidatura pela Rede

Com a presença dos aliados do PV, ex-senadora criticou o Centrão e defendeu as reformas previdenciária, tributária e política

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 ago 2018, 17h02 - Publicado em 4 ago 2018, 16h46

“Bom dia!”, disse Joênia Wapixana ao cumprimentar a plateia que, na manhã deste sábado, compareceu a um centro de eventos em Brasília para celebrar a terceira candidatura de Marina Silva (Rede) à presidência. Wapixana, que é candidata a deputada federal e a primeira mulher indígena a se formar em direito no país, não obteve resposta. Isso porque abriu o pronunciamento falando em seu idioma próprio – e que, obviamente, ninguém (ou quase ninguém) entendeu. A fala de Joênia foi apenas uma das diversas inserções inusitadas da cerimônia que oficializou a campanha da ex-ministra do Meio Ambiente. Houve ainda discurso de um pastor, danças de rua, encenações e show ao vivo – com direito a Marina e seu vice, Eduardo Jorge, ensaiando alguns passos no centro do palco.

O evento que misturou apresentações com discursos políticos foi conduzido pelo ator Marcos Palmeira – que chegou a chamar a ex-senadora Heloísa Helena de “formiguinha atômica” – e contou com a presença de aliados do Partido Verde (PV), única legenda que se uniu a Marina nesta eleição. Ao lado de Eduardo Jorge, a chapa deve ter, conforme previsão de articuladores da Rede, cerca de 20 segundos diários de tempo de televisão. A baixa exposição marca uma das principais adversidades da ex-ministra na estreia de seu próprio partido em eleições gerais. Em 2014, enquanto estava no PSB, Marina teve mais de quatro minutos diários de propaganda.

Na largada da corrida eleitoral, Marina ocupa o segundo lugar nas pesquisas de intenção de votos – atrás, somente, do deputado Jair Bolsonaro (PSL) em um cenário sem a presença do ex-presidente Lula, que, por ter sido condenado, deve ser declarado inelegível pela Justiça Eleitoral. Essa é a terceira vez que Marina Silva disputa uma eleição ao mais alto posto da República. Em 2010, pelo Partido Verde, ela recebeu 19% dos votos e acabou na terceira colocação. No pleito seguinte, desta vez pelo PSB, ficou novamente em terceiro lugar, com 21% dos votos. Neste sábado, Marina atacou as previsões que apontam para a desidratação de sua campanha, a exemplo das disputas anteriores, e garantiu que a candidatura dela e de Eduardo Jorge é viável.

Em um longo discurso, Marina Silva fez duras críticas ao Centrão – grupo partidário que se aliou ao tucano Geraldo Alckmin –, aos projetos de “poder pelo poder” e contra a atual recessão econômica: “Nós éramos a oitava economia, o país que tinha tirado 40 milhões da pobreza, que tinha pleno emprego, que se orgulhava de ter conquistado a nossa democracia para com ela fazermos coisas boas”. “Mas existiam aqueles que, em desrespeito a ela se perderam no projeto de poder pelo poder e agora jogaram o povo para essa situação de legítima indignação”, disse a candidata da Rede.

Marina apresentou algumas propostas para um eventual governo: defendeu a necessidade de reformas da Previdência – sem, no entanto, ser uma “reforma draconiana” –, tributária e também política – com o fim da reeleição, mandatos de cinco anos a partir de 2022 e a possibilidade de candidaturas independentes de filiação a partidos políticos.

Vice de Marina, Eduardo Jorge disse que o impeachment de Dilma Rousseff foi correto, criticou a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de não cassar a chapa Dilma e Michel Temer e afirmou que a “jovem democracia” do Brasil está em crise.

Jorge defendeu a necessidade de uma revolução energética, científica e tecnológica e ainda exaltou a importância da agricultura. “Tem gente que tem fetiche de indústria. Eu não tenho. Eu posso viver sem essa maquininha [celular] que controla a gente o tempo todo. A cultura humana nasceu da indústria. Não foi da indústria”, disse. Jorge também falou que deve-se tirar o “veneno da comida” e a alimentação deve tornar-se segura, saudável e, “de preferência, vegana e vegetariana”.

Eduardo Jorge, anunciado nesta semana como vice, elogiou sua companheira de chapa dizendo que Marina é uma “mulher sonhática que tem tem os pés fortemente fincados na terra”. “Não se pode prometer utopia e não cuidar do pão”, disse. Em 2014, o ex-deputado do Partido Verde disputou a presidência e recebeu apenas 630.000 votos.

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