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Empresário diz à PF que coronel Lima arrecadava dinheiro para Temer

Segundo 'O Globo', Gonçalo Torrealba afirmou que o amigo do presidente lhe procurou há 15 anos para pedir valores a campanha

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 19 abr 2018, 21h14 - Publicado em 19 abr 2018, 17h10

Em depoimento à Polícia Federal no início de abril, após a deflagração da Operação Skala, o empresário Gonçalo Torrealba, um dos sócios do Grupo Libra, afirmou que o coronel aposentado da Polícia Militar de São Paulo João Baptista Lima Filho arrecadava dinheiro para campanhas eleitorais do presidente Michel Temer (MDB), de quem é amigo de longa data. As informações foram publicadas pelo jornal O Globo nesta quinta-feira (19).

De acordo com o depoimento, que está sob sigilo, coronel Lima pediu dinheiro, em nome de Temer, a empresas que atuam porto de Santos (SP). Segundo o jornal, Torrealba disse que o pedido por repasses aconteceu há 15 anos, na sede do Grupo Libra, e se destinava à campanha eleitoral do emedebista ao cargo de deputado federal. Se verdadeira, a informação do empresário corrobora os depoimentos prestados pelos irmãos Joesley e Wesley Batista, do grupo J&F, que, em suas delações premiadas, afirmaram que o coronel era quem arrecadava dinheiro para Temer.

No depoimento à PF, Gonçalo Torrealba declarou que recusou fazer o repasse à campanha do presidente porque, segundo ele, a empresa não realizava doações para candidaturas individuais, apenas a partidos.

Coronel Lima foi um dos presos pela Operação Skala, deflagrada em março, no âmbito do inquérito que investiga o presidente por supostos benefícios a empresas do setor portuário por meio do Decreto dos Portos, editado por Michel Temer em 2017, em troca de propina.

Em 18 de janeiro, ao responder a 50 perguntas elaboradas pela Polícia Federal no inquérito, o presidente afirmou que João Baptista Lima Filho nunca havia atuado na arrecadação de recursos.

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“O Sr. João Batista me auxiliou em campanhas eleitorais, mas nunca atuou como arrecadador de recursos”, disse Temer. “Nunca realizei negócios comerciais ou de qualquer outra natureza que envolvesse a transferência de recursos financeiros para o Sr. João Batista Lima Filho”, completou.

O emedebista disse ainda nunca ter solicitado que o coronel Lima, o ex-assessor presidencial Rodrigo Rocha Loures e o advogado José Yunes recebessem recursos em seu nome em retribuição pela edição do Decreto dos Portos.

(VEJA/VEJA)

Em relatório de dezembro de 2017, a PF havia mapeado doações da família Torrealba ao diretório nacional do MDB. Em 2006, foram doados 75.000 reais. Na campanha de 2010, a família doou 500.000 reais. Já em 2014, quando Michel Temer presidia o partido, o repasse foi de 2 milhões de reais. Segundo o O Globo, o empresário disse à PF que as doações não buscaram contrapartida com o governo e que manteve apenas relações dentro da lei.

Gonçalo Torrealba afirmou ainda que, em 2015, solicitou ajuda do coronel Lima para marcar uma reunião com o então ministro da Secretaria dos Portos, Edinho Araújo.

Em março, VEJA revelou mensagens encontradas pela PF no celular de João Baptista Lima Filho trocadas entre ele e Torrealba (veja ao lado). O conteúdo mostra que o coronel atuou como intermediário do encontro e fez questão de informar Temer: “transmiti o recado, encontro marcado para as 12h”.

Procurada pelo jornal, a defesa do presidente Michel Temer não se pronunciou.

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