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Empresário confirma tráfico de influência na Casa Civil

Fábio Baracat denunciou o esquema em VEJA e esclareceu o caso à PF

Por Da Redação
23 set 2010, 21h09

Em depoimento que durou mais de seis horas, nesta quinta-feira em Brasília, o empresário Fábio Baracat confirmou à Polícia Federal (PF) o esquema de tráfico de influência montado na Casa Civil pela família da ex-ministra Erenice Guerra, afastada do cargo na semana passada após denúncias em VEJA. Ele deu recibos de pagamentos para provar que, na condição de representante da empresa de transportes aéreos MTA, manteve contrato com a empresa Capital Assessoria, controlada por filhos da ex-ministra, para obtenção de negócios nos Correios.

Foi Baracat quem denunciou a VEJA o suposto esquema que consistia em cobrar “comissão de sucesso” de 5% sobre cada negócio obtido junto aos Correios em favor da MTA. Os recibos, anexados ao inquérito da PF, mostram pagamentos mensais de 20.000 reais por um período de seis meses, totalizando 120.000 reais. O delegado Roberval Vicalvi, encarregado da investigação, pediu evidências que caracterizem o pagamento da “comissão de sucesso” que Baracat teria acertado com Israel Guerra, filho de Erenice e suposto líder do esquema.

A MTA conseguiu contratos de 60 milhões de reais na estatal, um deles sem licitação. O empresário confirmou um encontro mantido com a ex-ministra, intermediado por Israel, mas disse que foi de natureza “social” e negou que ela tenha tratado de negócios ou demonstrado qualquer atitude que indicasse ter conhecimento do lobby, conforme relato do seu advogado Douglas Silva Telles. “Ele disse que foi uma reunião meramente social e nada se discutiu relacionado a contratos ou negócios com o governo.”

O delegado quis saber qual era o interesse de Baracat na MTA, uma vez que não era dono ou diretor da empresa, e desde quando cessou seu vínculo de representante e o motivo de ter sido afastado. Fez também várias perguntas relacionadas à participação do ex-diretor dos Correios, Eduardo Artur Rodrigues Silva, no suposto esquema.

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Suspeito de ser testa de ferro do argentino Alfonso Rey, que seria o real controlador da MTA, conforme reportagem publicada no jornal O Estado de S. Paulo, Silva foi ouvido a seguir, mas não quis dar declarações à imprensa e a PF não divulgou o teor do depoimento.

Na sexta-feira, serão ouvidos Vinícius Castro, cuja mãe figura como sócia da Capital Assessoria, junto com Saulo, o outro filho de Erenice. A polícia ainda não conseguiu entregar as intimações de Israel e Saulo, os próximos que terão de dar explicações no inquérito.

(Com Agência Estado)

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