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Empolgados com Bolsonaro, militares querem lançar 71 candidatos

O PSL, legenda do presidenciável, é o destino da maior parte dos postulantes

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 9 Maio 2018, 14h58 - Publicado em 9 Maio 2018, 13h16

Motivados pelo desempenho do deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ), pré-candidato à Presidência, nas pesquisas eleitorais, pelo menos 71 militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica lançaram pré-candidaturas a vagas no Congresso e no Executivo em 25 estados e no Distrito Federal. Por enquanto, só o Acre não tem pré-candidato nesse grupo. Parte deles se reuniu na terça-feira, pela primeira vez, em Brasília para unificar o discurso.

Bem ao estilo militar, a reunião começou pontualmente no horário marcado, com pouco mais de trinta participantes. A mesa foi composta apenas de generais, hierarquicamente superiores aos demais nas Forças. Cada um ali presente se apresentou. Os discursos, feitos sem interrupção, tinham como tema principal o combate à corrupção e o direito de militares de se candidatar a cargos eletivos.

Mesmo ausente, Bolsonaro foi lembrado no evento, realizado em uma sala da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana), na área central de Brasília. O presidenciável foi convidado, mas não compareceu — o que rendeu críticas de um dos presentes, que preferiu não se identificar. Nesta quarta-feira, o grupo pretende ir ao Congresso para se encontrar com o deputado.

O discurso mais contundente da reunião foi o do general de Exército da reserva Augusto Heleno, que não se coloca como candidato, mas está sendo pressionado por seus pares. Ele primeiro rejeitou a tese de que se esteja tentando formar uma “bancada militar”, justificando que não pode existir divisão entre sociedade civil e militar, e disse que considera isso “um preconceito” e “uma invenção da esquerda”.

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O general afirmou ainda que o deputado “não é o candidato dos seus sonhos” e que “exigem do Bolsonaro o que nunca exigiram dos outros”. Heleno disse ainda que, “ao contrário do que alguns entendem, Bolsonaro não vai poder governar sozinho e vai ter de montar uma equipe conjunta”.

A mesa de discussão foi conduzida pelo general Girão Monteiro, pré-candidato a deputado federal pelo Rio Grande do Norte — que está atuando como organizador dos pré-candidatos militares no país. Ele defendeu a tese de que os militares “têm direito de votar e ser votado, como qualquer outro segmento da sociedade”.

Partidos

É da legenda de Bolsonaro, o PSL, que vem a maior parte dos pré-candidatos ligados às Forças Armadas – sessenta deles são filiados a legenda.

Dos 71 postulantes, entre militares da reserva e da ativa, há uma única mulher. A coronel da reserva do Exército Regina Moézia, de 54 anos, quer ser deputada distrital em Brasília. Terceira geração de militares de sua família e integrante da primeira turma de mulheres do Exército, ela diz estar acostumada a lidar com grupos majoritariamente masculinos.

Coronel Regina está apostando nas mídias sociais para se eleger. Este tem sido o principal meio de comunicação dos pré-candidatos militares — que veem na falta de recursos e na filiação a partidos pequenos e sem dinheiro um dos principais obstáculos para se eleger.

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Além do PSL, outros militares vão lançar candidaturas por treze partidos — PSDB, PSC, PR, PEN, PRP, PRTB, Novo, Patriotas, DEM, PHS, Pros, PTB e PSD. Várias patentes têm representantes – desde generais até coronéis, sargentos e capitães.

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