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Em TO, Temer anuncia a ponte ‘mais importante’ de seu governo

Presidente assinou nesta quinta-feira termo para construção de obra que ligará as cidades de Xambioá (TO) e São Geraldo (PA)

Por Da redação
Atualizado em 14 set 2017, 15h55 - Publicado em 14 set 2017, 15h34

Embora seu governo fosse anunciado como “uma ponte para o futuro”, com um programa que recuperaria, sobretudo, a economia do país, o presidente Michel Temer (PMDB) declarou nesta quinta-feira que a ponte “mais importante” que ele deixará como legado será construída entre Xambioá, no Tocantins, e São Geraldo, no Pará. “De todas as pontes que eu construí, eu levo daqui a sensação que a ponte mais importante que eu vou construir é a que liga Xambioá a São Geraldo”, afirmou o peemedebista na cidade de 11.645 habitantes no norte tocantinense, local de sua estreia em visitas oficiais à região Norte.

Temer assinou o termo para a construção da ponte ao lado do governador de Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB). Em sua fala, o presidente usou várias analogias com a palavra ponte, disse que o mote e o fio condutor de seu discurso seria esse. “Desde que assumi o governo vi que tínhamos que estabelecer várias pontes e a primeira foi com o Congresso Nacional”, afirmou. “Nós conseguimos com apoio do Congresso vencer uma recessão extraordinária”, completou.

Michel Temer disse ainda que estabeleceu muitas pontes no país, “entre elas a pacificação entre os brasileiros” e repetiu que os anos na política já o fizeram identificar os aplausos que “vêm do coração”. Sem citar que a previsão de duração da obra, que deve ser iniciada apenas em janeiro, é de três anos, Temer falou que tinha o desejo de inaugurar a ponte antes do fim do seu governo. “Mas acho difícil”, ponderou.

Na cerimônia, o presidente brincou com o ministro do Planejamento, Dyogo Nogueira, que é do Tocantins, e disse que ouviu no avião a caminho de Xambioá que a demanda pela ponte era algo de mais de 30 anos. “Mas se o Dyogo (Oliveira) espera desde criança já são mais de 60 anos”, brincou. “Volto para Brasília com a alma incendiada para continuar a dirigir o país com apoio do povo”, disse, no fim do seu discurso. O peemedebista também ressaltou que iria falar com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para que não faltem recursos à obra.

Ataque a ‘abuso de autoridade’

Fora as referências e analogias com a ponte, Michel Temer fez um discurso protocolar e criticou o “abuso de autoridade”. As críticas surgem um dia depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitar o pedido da defesa do peemedebista para suspender a atuação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em investigações contra ele. O pedido de suspeição foi reprovado por todos os nove ministros do Supremo, que abriu espaço para que Janot apresente uma segunda denúncia contra Temer, entre hoje e amanhã.

Sem citar os imbróglios judiciais, o peemedebista apenas repetiu o raciocínio que já disse outras vezes. “Nós não somos autoridades, somos autoridades constituídas. A única autoridade existente no sistema é a lei e a Constituição. Então, quando se fala em abuso de autoridade, eu costumo dizer que não é abuso de autoridade contra o presidente, contra o governador, contra o deputado, é quando alguém ultrapassa o limite da lei, dai é que há violação da autoridade, uma coisa que devemos evitar no Brasil”, disse.

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Como tem feito em todas oportunidades, Temer exaltou os números da economia, a inflação, os juros em queda e disse que a tendência é que “eles caiam ainda mais”. O presidente lembrou ainda que a Bolsa de Valores atingiu nesta semana o maior patamar da história. “Estamos num processo que visa ao combate ao desemprego”, ressaltou.

A ponte mais importante de Temer

Para a obra da ponte entre Xambioá e São Geraldo, o governo anunciou um investimento total de 132 milhões de reais, sendo que, segundo a assessoria do Palácio do Planalto, 25 milhões de reais para dar início às obras já estarão empenhados a partir da assinatura do presidente. O ministério dos Transportes prevê oficialmente como montante total de investimento para a ponte e entorno 280 milhões de reais.

Para que o trajeto de 1.700 metros entre as duas cidades possa ser feito por meio da ponte, entretanto, a população ainda terá que esperar ate 2021, já que a previsão é que as obras comecem apenas em janeiro do ano que vem e durem pelo menos três anos.

O senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), que é o presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS, não participou da cerimônia.

Depois de assinar a ordem de serviço em Xambioá, Temer foi de helicóptero para o outro lado da margem, onde também fará uma cerimônia.

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Promessa antiga

O projeto faz parte da modernização da BR-153 e vai ser mais uma ligação entre os Estados de Tocantins e Pará. Atualmente, o trajeto é feito por caminhões e carros por meio de duas balsas que pertencem a uma mesma empresa. A obra integra o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e já estava prevista desde 2014, ainda no governo da ex-presidente Dilma Rousseff.

Em maio daquele ano, o governo lançou um pacote de investimento para obras no valor de R$ 8 bilhões e a ponte já era uma das previstas.

A senadora Kátia Abreu, que é do Tocantins e é uma voz dissonante no PMDB, também já usou a obra como palanque. Em setembro de 2014, durante um evento na cidade, a senadora garantiu recursos e disse, na época, que os 150 milhões de reais, já estariam integrados na rubrica PAC 2.

A rotina da pequena Xambioá sofreu alterações por conta da esperada visita de Temer. Policiais e homens do Exército tomaram as ruas. Nesta quarta-feira, nos arredores da cidade, helicópteros do Exército fizeram ações testes que chamaram a atenção da população local. Questionados sobre a expectativa da visita do presidente e da possível construção da ponte, muitos se mostraram descrentes em mudanças na situação.

(com Estadão Conteúdo)

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