Em meio à investigação dos atos golpistas, Exército faz pesquisa de imagem
Além de procurar "sintonia" com a sociedade, objetivo é levantar percepção que o povo tem sobre o emprego de forças militares em operações
Vários oficiais do Exército passaram a ser investigados pela CPMI do 8 de Janeiro e pela Polícia Federal após os atos golpistas do início do ano, quando manifestantes bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal e do Palácio do Planalto. Os parlamentares e a polícia querem saber se algum oficial se omitiu ou mesmo apoiou essa suposta tentativa de golpe de Estado. Em meio às investigações, o Exército anunciou nesta terça-feira, 8, a contratação de uma pesquisa de imagem em todas as cinco regiões do país, com 2.000 pessoas.
Serão gastos 173 000 reais na nova pesquisa, a ser realizada em 70 municípios. “A comunicação estratégica do Exército estabelece que há necessidade de fortalecer a imagem do Exército como instituição nacional e permanente, coesa e integrada à sociedade e para tal é preciso estar ciente do que pensa a sociedade brasileira”, diz o edital. Outro objetivo é trazer elementos para ditar os rumos da Força. “Tão importante quanto a legalidade e o aspecto formal da legitimidade do emprego das forças militares é a percepção do que a sociedade e a população local da área de operações têm sobre o emprego de forças militares numa operação”, diz o edital.
Um dos temas que serão abordados na pesquisa é se a população aprova a continuidade do uso das Forças Armadas em operações para garantir a ordem. “O envolvimento direto do Exército em Operações Militares reais ocorre por decorrência da Constituição Federal e atualmente o Exército vem sendo empregado em diversas Operações de Garantia da Lei e da Ordem, desde a greve das polícias militares no Estado do Tocantins em 1991”, diz o edital. Em janeiro de 2022, o Exército já havia encomendado uma pesquisa em 50 municípios brasileiros a fim de ditar o rumo da instituição.