Em convenção tumultuada, PMN descarta candidatura de Valéria Monteiro
Ex-apresentadora do Fantástico, jornalista foi impedida de discursar e prometeu anular reunião na Justiça
O Partido da Mobilização Nacional (PMN) decidiu em convenção hoje (21), em Brasília, não lançar candidatura própria à presidência da República nem apoiar candidato ao cargo no primeiro turno das eleições 2018. O encontro ocorreu em meio a uma disputa judicial entre a legenda e a jornalista mineira Valéria Monteiro, pré-candidata à Presidência da República.
Segundo o presidente da sigla, Antonio Massarolo, os problemas entre Valéria e o PMN se agravaram quando o nome dela não atingiu 3% de intenções de voto nas pesquisas eleitorais. Segundo ele, esse era o pré-requisito para que ela fosse confirmada como candidata à chefe do Executivo, mas como a meta não foi alcançada o apoio foi retirado.
Em março, já sem apoio da Executiva Nacional do PMN, a ex-apresentadora do Fantástico e do Jornal Nacional, insistiu na pré-candidatura e fez uma carta ao partido na qual abriu mão das verbas dos fundos partidário e eleitoral.
Para garantir que a jornalista não fosse candidata, o partido publicou uma resolução vetando candidatura presidencial própria. Valéria conseguiu revogar a decisão por meio de liminar do ministro Napoleão Nunes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nela, o ministro determinou que a legenda colocasse em pauta durante convenção nacional se teria ou não um nome na corrida presidencial.
Sob alegação de que não teria direito a voto por não ser delegada do partido, Valéria foi impedida de discursar na convenção e defender sua candidatura, mesmo pedindo aos gritos a palavra. Ela reagiu e Massarollo pediu à segurança para retirá-la do evento. “Vai definir tudo na canetada, presidente?”, questionou a jornalista.
Ela chegou a ser empurrada e segurada por uma mulher que fazia parte da equipe de segurança privada do evento. Em seguida, deixou o local espontaneamente, garantindo que tentará anular a convenção do PMN na Justiça.
Para Valéria, a convenção foi a demonstração de como o processo eleitoral brasileiro é fraudulento”. “Essa convenção é fajuta!”, protestou.
A confusão envolvendo Valéria Monteiro não foi a única na convenção da sigla. Também impedido de se colocar como candidato ao Senado pela Bahia, Marivaldo Neves foi expulso por seguranças do auditório, após fazer críticas ao presidente do partido. De acordo com o presidente da legenda, a pré-candidatura de Neves não foi aceita porque ele não tem “vida partidária”.
Avante
Outro nanico, o Avante, também decidiu em convenção neste sábado que não terá candidato próprio à Presidência. O partido também não definiu se apoiará algum candidato ao cargo no primeiro turno.
Durante o evento, que ocorreu em Belo Horizonte, o deputado federal por Minas Gerais e presidente Nacional do Avante, Luís Tibé, informou que o partido terá uma chapa com 80 candidatos a deputado federal. A meta é eleger ao menos cinco deles.
(com Agência Brasil e Estadão Conteúdo)