Em carta, futuro ministro defende ‘valores tradicionais’ na educação
Filósofo colombiano Ricardo Vélez Rodríguez defende alinhar gestão ao que entende como 'valores caros' à sociedade, classificada por ele como 'conservadora'

Anunciado como futuro ministro da Educação pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), o filósofo colombiano Ricardo Vélez Rodríguez divulgou uma carta nesta sexta-feira, 23, em que fala sobre como pretende administrar a pasta a partir de janeiro.
Nos sete parágrafos do texto, Vélez Rodríguez diz que alinhará a gestão da educação no país a “valores caros à sociedade brasileira”, classificada por ele como “conservadora e avessa a experiências que pretendem passar por cima de valores tradicionais ligados à preservação da família e da moral humanista”.
“A instrumentalização ideológica da educação em aras de um socialismo vácuo terminou polarizando o debate ao longo dos últimos anos”, avalia o futuro ministro. “Não à discriminação de qualquer tipo. Não à instrumentalização da educação com finalidade político-partidária. Sim a uma educação que olha para as pessoas, preservando os seus valores e a sua liberdade”, complementa.
Em outro ponto da carta, ele prega que a legislação e a gestão da pasta devem considerar “primordialmente a dignidade das pessoas envolvidas, tanto os alunos quanto suas famílias, tanto os professores quanto os administradores” e observa uma “desvalorização da figura dos professores, notadamente no ensino fundamental e médio”.
No restante do texto, Ricardo Vélez Rodríguez diz ter apoiado Jair Bolsonaro em sua campanha à Presidência da República porque o pesselista “externou a opinião da grande maioria do povo brasileiro, explicitada no desejo de ver consolidada uma nova forma de fazer política, longe das velhas práticas clientelistas e da tradicional negociação de cargos por benefícios pessoais”.
A indicação do colombiano, que critica a “república dos favores” em sua missiva, deu-se após a bancada evangélica e líderes neopentecostais como Silas Malafaia, pastor da Assembleia de Deus, aliado de Bolsonaro, vetarem o nome do educador Mozart Neves Ramos para a pasta. Diretor do Instituto Ayrton Senna, Ramos havia sido escolhido pelo presidente eleito para o cargo, mas acabou preterido. A definição pelo colombiano também teve influência do filósofo conservador Olavo de Carvalho, conselheiro de Bolsonaro e seus filhos.
Ricardo Vélez Rodríguez também mostrou-se alinhado ao discurso do presidente eleito de privilegiar os municípios na destinação de recursos públicos, sintetizado pelo slogan “Menos Brasília e mais Brasil”. O filósofo já havia defendido o protagonismo das cidades na gestão pública em um texto publicado em seu blog.
“O sistema educacional deve olhar mais para as pessoas ali onde elas residem: nos municípios”, afirma
Essa é uma matéria exclusiva para assinantes. Se já é assinante, entre aqui. Assine para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.
Essa é uma matéria fechada para assinantes e não identificamos permissão de acesso na sua conta. Para tentar entrar com outro usuário, clique aqui ou adquira uma assinatura na oferta abaixo
Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique. Assine VEJA.
Impressa + Digital
Plano completo da VEJA! Acesso ilimitado aos conteúdos exclusivos em todos formatos: revista impressa, site com notícias 24h e revista digital no app, para celular e tablet.
Colunistas que refletem o jornalismo sério e de qualidade do time VEJA.
Receba semanalmente VEJA impressa mais Acesso imediato às edições digitais no App.
Digital
Plano ilimitado para você que gosta de acompanhar diariamente os conteúdos exclusivos de VEJA no site, com notícias 24h e ter acesso a edição digital no app, para celular e tablet.
Colunistas que refletem o jornalismo sério e de qualidade do time VEJA.
Edições da Veja liberadas no App de maneira imediata.