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Em carta, Dilma repete discurso de ‘golpe’ e propõe plebiscito

Em texto a senadores e à população, Dilma diz que seu retorno à Presidência colaboraria com 'o surgimento de uma nova e promissora realidade política'

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 16 ago 2016, 18h58 - Publicado em 16 ago 2016, 17h17

Ré por crimes de responsabilidade no processo de impeachment que corre no Senado, a presidente afastada Dilma Rousseff leu nesta terça-feira uma carta endereçada aos senadores, que votarão no final do mês se ela será ou não definitivamente afastada do cargo, e à população. No pronunciamento no Palácio da Alvorada, quartel general de Dilma e aliados próximos desde que ela foi afastada da Presidência, em maio, a petista falou brevemente em erros cometidos em seu governo, propôs um plebiscito para consultar os brasileiros a respeito de uma nova (e inconstitucional) eleição presidencial e, sobretudo, reverberou o mantra de “golpe”.

“Meu retorno à Presidência por uma decisão do Senado significará a reafirmação do estado democrático de direito e poderá contribuir decisivamente para o surgimento de uma nova e promissora realidade política”, afirmou Dilma. Ao lado dos ex-ministros petistas Jaques Wagner, Miguel Rossetto, Ricardo Berzoini e Aloizio Mercadante, ela disse acolher com “humildade e determinação” as críticas por seus erros políticos e econômicos – mas, como de praxe, não admitiu nenhuma falha.

Pela “pacificação do país” e contra o que chamou de “eleição indireta” no processo deflagrado pela Câmara e prestes a ser concluído no Senado, Dilma Rousseff declarou claramente que apoiará “um plebiscito para consultar a população sobre a realização antecipada de eleições, bem como a reforma política e eleitoral. Devemos concentrar esforços para que seja realizada uma ampla reforma política, que supere a fragmentação de partidos, moralize o financiamento das campanhas eleitorais”. Só faltou dizer que a modificação da periodicidade das eleições esbarra em uma cláusula pétrea da Constituição: o inciso dois, parágrafo quarto, do artigo 60 da Carta.

Embora 367 deputados e, atualmente, 59 senadores defendam o impeachment de Dilma por crimes de responsabilidade em decretos de créditos suplementares e pedaladas fiscais no Plano Safra, a petista classifica os atos como “legais e necessários” e garante que “todos sabem que não cometi crime de responsabilidade”.

Para Dilma Rousseff, sua desastrada gestão foi atrapalhada por pautas-bomba “irresponsáveis” no Congresso e seu afastamento se dá pelo que ela chama de “conjunto da obra”. “Quem afasta o presidente pelo conjunto da obra é o povo, e só o povo, nas eleições, por isso afirmamos que se consumado o impeachment sem crime de responsabilidade, teríamos um golpe de estado”, concluiu.

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Como vem fazendo desde que deixou o Palácio do Planalto, Dilma reafirmou ser honesta e fez um claro contraponto a seu alvo preferido, o ex-presidente da Câmara e deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB), réu em duas ações penais no Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da Operação Lava Jato. “Ao contrário dos que deram início a esse processo injusto e ilegal, não tenho contas secretas no exterior, nunca desviei um único centavo do patrimônio público para meu enriquecimento pessoal e de terceiros e não recebi propina de ninguém”.

João Santana destrói Dilma – Conforme VEJA revelou na semana passada, o véu de honestidade sobre o qual Dilma Rousseff costuma se refugiar corre sério risco de cair. A presidente afastada é o principal alvo das revelações da delação premiada que o marqueteiro João Santana negocia com a força-tarefa da Lava Jato.

A principal revelação que Santana e a sua mulher, Mônica Moura, se dispuseram a comprovar é que a presidente afastada autorizou ela mesma as operações de caixa dois de sua campanha. Ou seja: não se trata de dizer que Dilma sabia do que acontecia nos bastidores clandestinos de suas finanças eleitorais, mas sim que ela própria comandava o jogo.

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