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Eleito, Haddad quer Kassab aliado em São Paulo

Prefeito eleito de São Paulo diz que buscará formar governo de coalizão, a exemplo de Dilma Rousseff: “Não vejo hipótese de o PSD fazer oposição”

Por Carolina Freitas
29 out 2012, 18h17

“Vai haver um bom entendimento. O PSD pode até não estar na base do governo, mas eu não o imagino fazendo oposição sistemática”

O prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta segunda-feira que se dedicará a formar na cidade um governo de coalizão, a exemplo da presidente Dilma Rousseff no plano federal. O petista disse contar com o apoio do PSD, partido do atual prefeito, Gilberto Kassab, que apoiou durante as eleições José Serra, do PSDB. O tucano foi derrotado por Haddad nas eleições desse domingo.

“Vai haver um bom entendimento. O PSD pode até não estar na base do governo, mas eu não o imagino fazendo oposição sistemática”, afirmou Haddad em entrevista coletiva, em um hotel da região da Avenida Paulista. “Não vejo hipótese de a bancada do PSD fazer oposição sistemática.” O prefeito eleito lembrou que Kassab manifestou desejo de colaborar com seu trabalho, o que, na visão de Haddad, inclui orientar a bancada do PSD a ajudar a aprovar projetos do interesse da próxima administração.

Os dois terão sua primeira reunião nesta terça-feira. Kassab disse no domingo já ter instituído um grupo para os trabalhos de transição e se colocou pessoalmente à disposição de Haddad. O petista disse acreditar em uma aproximação, na Câmara Municipal, dos partidos que formam a base do governo Dilma, mesmo daqueles que apoiaram outras candidaturas durante a eleição. Entre eles, PMDB, PR e PRB. “Queremos repetir em São Paulo o governo que vem dando certo no âmbito nacional. Não vejo indisposição para o diálogo.”

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Uma das perguntas mais incômodas para Haddad tratava dos frutos de sua aliança com o PP do deputado federal e procurado pela Interpol Paulo Maluf. O candidato hesitou, gaguejou e disse tratar Maluf como “a educação que aprendeu em casa”. Por fim, respondeu: “Não trabalho com indicações de caráter pessoal (para cargos na prefeitura). A apreciação final quem fará serei eu.”

Haddad disse ainda não ter em definido nenhum nome de seu secretariado, mas confirmou a disposição de criar uma Secretaria das Mulheres e uma subprefeitura de Sapopemba. O prefeito eleito não descarta a hipótese de fundir secretarias.

Base – A preocupação de Haddad em construir uma base sólida está relacionada à necessidade de cumprir, o quanto antes, as dezenas de promessas de campanha. A mais audaciosa é a realização de uma grande reforma urbana, chamada de Arco do Futuro, que pretende redistribuir os locais de moradia e de trabalho pela capital.

Uma das estratégias do prefeito eleito será estimular, com desconto em impostos, a instalação de empresas em regiões hoje pouco valorizadas. Na visão de Haddad, as pessoas passariam a morar mais perto de onde trabalham, o que ajudaria a aliviar o trânsito na cidade. Outra preocupação é viabilizar o Bilhete Único Mensal, prometido na campanha. “Quero crer que no segundo ano de governo isso já esteja equacionado”, disse.

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Apoio de Lula Haddad admitiu a importância do apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para sua vitória. “O apoio do presidente Lula é muito importante, mas não sei estabelecer um coeficiente”, disse. “Não há como negar que essa também é uma vitória do presidente Lula.” Para o prefeito eleito, também contaram a favor de sua candidatura a história do partido na cidade, a militância, o plano de governo e seu “desempenho razoável” como candidato.

Parcerias – Na terça-feira, o petista será recebido pelo governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), que apoiava a candidatura de Serra. “Todas as parcerias do governo do estado anunciadas com Serra aceito de bom grado”, disse Haddad. “Não vamos abdicar de um real que seja de São Paulo.” Ele pretende se reunir nos próximos dias ainda com os prefeitos da Região Metropolitana de São Paulo, para tratar um plano de gestão em comum.

Haddad colocou como sua prioridade a promoção de um alinhamento entre a administração da cidade e os governos estaduais e federal. A ideia é esquadrinhar o portfólio de programas do estado e da União em que é possível estabelecer parcerias e incluir a capital em todos eles. Nesta segunda, o prefeito eleito esteve com Dilma em Brasília e recebeu da presidente a orientação de, a partir da próxima semana, colocar sua equipe de transição em contato direto com um grupo do governo federal, liderado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Será estabelecida uma rotina de trabalho para organizar as parcerias entre as duas esferas e reavaliar a dívida da cidade com a União. “Faremos uma transição de um modelo de parceria acanhado para um vigoroso”, disse. “O que vai mudar é a postura do governo municipal. Sempre houve uma disposição de parceria por parte do governo federal, mas as oportunidades não foram aproveitadas. É uma reconciliação de São Paulo com o Brasil.”

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