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Eike Batista cita Lula, Cabral e Mantega em proposta de delação

Empresário dará detalhes do lobby feito pelo ex-presidente em favor das empresas do grupo X, mas irá ponderar que petista nunca pediu dinheiro para eleição

Por Da Redação
Atualizado em 30 jul 2020, 20h41 - Publicado em 14 jul 2017, 16h56

O empresário Eike Batista e seus advogados produziram ao menos oito anexos da proposta de delação premiada que será entregue ao Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro. Os principais nomes citados na colaboração de Eike são o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) e Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda no governo Dilma Rousseff (PT).

Eike deve detalhar o lobby que teria sido feito por Lula em favor das empresas do grupo X. O empresário, no entanto,vai ponderar que o petista nunca fez nenhum pedido formal para que contribuísse nas campanhas eleitorais. No caso de Mantega, ele pretende detalhar o pedido do então ministro para que fizesse um pagamento de 5 milhões de reais, no interesse do PT – o empresário já havia falado sobre isso em depoimento no ano passado à força-tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba.

Já Cabral teria cobrado propina de ao menos duas empresas de Eike: a petroleira OGX e a OSX, braço de construção naval do grupo. A defesa do fundador do grupo X está agora colhendo anexos de executivos e ex-executivos das empresas de Eike, que podem corroborar as suas declarações. Há cinco executivos colaborando, segundo fontes. O empresário recorreu a eles em busca de detalhes, porque ficava na holding do grupo, a EBX, e não se envolvia no dia a dia das companhias.

Procurado, o MPF informou que não se manifesta sobre tratativas de acordos de delação. O advogado de Eike, Fernando Martins, não quis comentar o caso.

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Eike foi preso no início do ano pela Operação Eficiência, desdobramento da Calicute (operação que levou Cabral à prisão no ano passado). Atualmente, Eike cumpre prisão domiciliar na sua residência no Jardim Botânico, Zona Sul do Rio.

Nesse processo, o fundador do grupo X foi indiciado por corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Para ter benefícios em seus negócios, Eike teria pago 16,5 milhões de dólares em propina ao suposto esquema liderado por Cabral . Além disso, teria desembolsado 1 milhão de reais em propina ao ex-governador, por meio de contrato fraudulento com o escritório de advocacia de Adriana Ancelmo, mulher de Cabral.

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As tratativas sobre o acordo com o MPF no Rio já estão em andamento há alguns meses, mas o processo ainda terá de passar pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Isso porque a delação de Eike envolve pessoas com foro privilegiado.

Eike iria prestar depoimento nesta sexta-feira, mas teve o interrogatório adiado na 7ª Vara Federal Criminal do Rio, que cuida dos desdobramentos da Lava Jato no Rio. A audiência foi remarcada para o dia 31, quando também serão ouvidos o seu ex-braço-direito Flávio Godinho, Cabral e Adriana Ancelmo. Como revelou a coluna Radar On-Line nesta quinta-feira, Eike e Godinho podem fazer uma delação conjunta.

O empresário estava disposto a falar, mas não poderia entrar em detalhes sobre a sua relação com o ex-governador porque o conteúdo estará na sua delação premiada. A mudança da data, ao final, foi conveniente para o empresário, que pode fechar o acordo antes de detalhar o que sabe ao juiz Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara.

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(Com Estadão Conteúdo)

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