Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Edson Fachin homologa delação de Pedro Corrêa na Lava Jato

Ex-deputado do PP delatou como beneficiários de propina senadores, deputados, governadores, ministros e ex-ministros dos mais variados partidos

Por Robson Bonin Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 ago 2017, 12h19 - Publicado em 8 ago 2017, 12h16

Relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Edson Fachin homologou na semana passada o acordo de delação premiada do ex-deputado federal Pedro Corrêa, ex-líder do PP, condenado no mensalão. Com a decisão, o ministro do Supremo valida as informações prestadas pelo ex-deputado e referenda o acordo firmado pelos procuradores da Lava-Jato. Primeiro político a decidir delatar, Pedro Corrêa já foi condenado a 20 anos e sete meses de prisão pelo juiz Sergio Moro. Ele cumpre prisão domiciliar em Recife (PE) desde fevereiro, quando deixou a prisão para fazer uma cirurgia e passar por diferentes tratamentos de saúde.

Em maio de 2016, VEJA revelou o conteúdo das revelações de Corrêa. O ex-deputado prestou centenas de depoimentos. Deu detalhes da primeira vez que embolsou propina por contratos no extinto Inamps, na década de 70, até ser preso e condenado por envolvimento no petrolão, em 2015. Corrêa admitiu ter recebido dinheiro desviado de quase vinte órgãos do governo. De bancos a ministérios, de estatais a agências reguladoras – um inventário de quase quarenta anos de corrupção.

Com sete mandatos de deputado federal, Corrêa detalhou esquemas de corrupção que remontam aos governos militares, à breve gestão de Fernando Collor, passando por Fernando Henrique Cardoso, até chegar aos governos petistas. Ele apontou como beneficiários de propina senadores, deputados, governadores, ex-governadores, ministros e ex-ministros dos mais variados partidos e até integrantes do Tribunal de Contas da União.

Além de novos personagens, Corrêa revelou os métodos. Contou como era discutida a partilha de cargos no governo do ex-­presidente Lula e, com a mesma simplicidade com que confessa ter comprado votos, narra episódios, conversas e combinações sobre pagamentos de propina dentro do Palácio do Planalto. O ex-presidente Lula, segundo ele, gerenciou pessoalmente o esquema de corrupção da Petrobras – da indicação dos diretores corruptos da estatal à divisão do dinheiro desviado entre os políticos e os partidos. Corrêa descreve situações em que Lula tratou com os caciques do PP sobre a farra nos contratos da Diretoria de Abastecimento da Petrobras, comandada por Paulo Roberto Costa. As revelações de Pedro Corrêa foram usadas pela força-tarefa, em Curitiba, na primeira denúncia criminal contra o ex-presidente Lula.

Continua após a publicidade

A delação de Corrêa foi assinada com a Procuradoria-Geral da República em março de 2016. Com 74 anexos, o acordo precisou passar por um ajuste antes de ser homologado pelo ministro Fachin. Em setembro do ano passado, o ministro Teori Zavascki, então relator da Lava-Jato, morto em janeiro, determinou a revisão de diversos pontos dos anexos e o incremento de provas por parte da defesa de Corrêa.

O ex-deputado, que já havia sido condenado pelo Supremo no escândalo do mensalão, foi preso pela Lava-Jato em 10 de abril de 2015, durante a 11.ª fase, batizada de A Origem. O nome era uma referência à lavagem de dinheiro do mensalão envolvendo o ex-deputado do PP José Janene, morto em 2010, que deu início às apurações de corrupção na Petrobras.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.