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Duda Salabert: quem é a primeira candidata trans ao Senado

Professora afirma que recebeu convites para se candidatar a outros cargos, mas preferiu o de senadora como forma de 'provocação'

Por Estadão Conteúdo 12 ago 2018, 19h11

A professora Duda Salabert, 36, se apresenta como a primeira mulher trans a se candidatar ao cargo de senadora no Brasil. Filiada ao PSOL de Minas Gerais, ela tem como bandeira, mais do que a luta pela igualdade de gênero, a educação. “Antes de militar como mulher trans, eu milito pela educação há mais de vinte anos”, afirma Salabert. Uma das propostas é o perdão da dívida do FIES (Fundo de Financiamento Estudantil).

Salabert é presidente da Transvest, uma ONG que oferece cursos pré-vestibular e de idiomas gratuitos para travestis e transexuais. De acordo com ela, os cursos da organização recebem mais de 100 pessoas por ano. No futuro, a ONG pretende abrir um curso preparatório para profissionais do sexo, ambulantes e camelôs da região central de Belo Horizonte.

Apesar de disputar a primeira eleição, a professora disse que recebeu convites para se candidatar a outros cargos no PSOL, mas preferiu o Senado como forma de “provocação”. “Eu aceitei pelo caráter simbólico. Senado, na sua etimologia significa ‘senhores’. Se é um espaço feito para senhores, uma mulher travesti, disputando esse espaço, é extremamente provocativo”.

Além de Salabert, Minas Gerais terá outras três candidatas trans nestas eleições, duas do PSOL e uma do PCB, partidos que estão na mesma coligação no Estado. Em março deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou o uso do nome social pelas candidaturas de pessoas trans.

“Estamos em um país em que as pessoas transexuais não são consideradas humanas. É uma desvantagem. Até nos movimentos sociais reproduzem a transfobia”, afirmou a candidata. “Mas faço do veneno o remédio.”

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A professora afirmou que tem sido alvo de ataques nas redes sociais. “Se a violência ficar só no moral eu suporto, mas eu tenho muito receio de isso passar para o físico.”

Em 2017, a Associação Nacional de Travestis (ANTRA) contabilizou 179 assassinatos de pessoas transexuais, o que daria um assassinato a cada 48 horas. Além disso, a expectativa de um travesti no Brasil é de 35 anos, segundo a organização.

Na corrida por uma das duas vagas para o Senado em Minas, Duda Salabert enfrentará a presidente cassada Dilma Rousseff (PT). Apesar de criticar o governo da petista, a professora afirma que a candidatura de Dilma também pode alavancar a dela. “A Dilma é o principal nome ao Senado. Não só por ser uma candidatura de mulher, mas porque ela pode trazer para o Senado votos à esquerda. Possivelmente, duas pessoas da esquerda vão ser eleitas este ano.”

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