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Dilma: Rio+20 não pode ter espaço para ‘fantasia’

Para a presidente, discussões da conferência devem ter base científica e países não podem apresentar projetos "olhando para o próprio umbigo"

Por Luciana Marques
4 abr 2012, 20h59

A presidente Dilma Rousseff mandou um recado aos ambientalistas mais radicais nesta quarta-feira: não pretende abrir espaço para discussões “fantasiosas” durante a Conferência Rio+20, em junho, no Rio de Janeiro. Durante reunião do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas no Palácio do Planalto, a presidente disse que é preciso discutir um novo paradigma de crescimento que não pareça “absurdamente fantasioso”.

“Uma conferência como essa não tem espaço para a fantasia. Não estou falando da utopia, que pode ter, mas estou falando da fantasia”, disse a presidente. “Não posso falar que é possível só com a energia eólica iluminar o planeta, porque não é. Só com solar? De maneira nenhuma”. A presidente Dilma afirmou que as discussões durante a conferência devem ter base científica e os países não podem apresentar projetos “olhando para o próprio umbigo”.

Dilma defendeu o uso de energias alternativas para complementar, no caso do Brasil, a energia gerada por hidrelétricas. Segundo ela, a matriz energética brasileira está com problemas, por não ter reservatórios. “Deus nos ouça que a eólica consiga ser reservatório de hídrica no Brasil”, disse. A dificuldade, segundo Dilma, é que não é possível “estocar vento”. Em contrapartida, a presidente avaliou que o Brasil está em uma situação diferenciada porque “teimou” em investir em biocombustíveis, como o etanol.

A presidente também questionou aqueles que não acreditam em crescimento sustentável. “Não é possível criar a falsa discussão de que o desenvolvimento sustentável não é baseado no absoluto respeito ao meio ambiente”, disse. “Essa é uma discussão falsa de quem não tem projeto, de quem não vai apresentar um caminho para o mundo.”

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O fórum sobre mudanças climáticas, criado em 2004, é presidido pela presidente Dilma e composto por doze ministros, pelo presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), por pesquisadores, acadêmicos e representantes da sociedade civil.

Código Florestal – A presidente Dilma não citou, durante o discurso, o projeto do Código Florestal, que tramita na Câmara dos Deputados. Já a ministra do meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse que o governo está em negociação com os parlamentares. O Planalto pretende, por exemplo, prorrogar mais uma vez o decreto que barra multas aos desmatadores. O decreto vence no dia 11 de abril, por isso a pressa dos ruralistas em votar o Código Florestal.

“Se houver necessidade, vamos prorrogar o decreto para facilitar o processo de diálogo e entendimento”, disse a ministra. O texto do Código Florestal como está redigido hoje beneficia os ruralistas – algo incompatível com os interesses do governo dois meses antes da Conferência Rio+20.

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