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Dilma repete ‘terror’ sobre rivais: ‘Vão acabar com a valorização do salário mínimo’

Petista acusa Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) de planejarem o fim da atual política de reajuste salarial para conter a crescente inflação

Por Felipe Frazão 7 ago 2014, 23h49

A presidente-candidata Dilma Rousseff encampou nesta quinta-feira o que seus adversários na corrida presidencial batizaram de “terrorismo eleitoral”. Em sua manifestação mais crítica a Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), ela acusou os opositores de planejarem acabar com a atual política de reajuste do salário mínimo para conter a alta da inflação. A lei que determina a fórmula do reajuste deverá ser revista no ano que vem.

“Eles andam falando o seguinte: ‘vai ser necessário, para combater a inflação, tomar medidas impopulares’. Sabe qual é a medida impopular à qual eles se referem? É acabar com a política de valorização do salário mínimo”, disse Dilma durante ato de campanha em São Paulo. “Eles sempre falam em modificar a CLT, porque querem tirar direitos trabalhistas. Eu tenho orgulho de ter modificado (a lei) para ampliar direitos trabalhistas para quem não tinha direito, levando a CLT para as domésticas. A mesma coisa para novas profissões como os motoboys.”

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Dilma discursou para uma plateia formada por militantes levados pelas principais centrais sindicais do país – CUT, CTB, CSB, Nova Central, UGT e Força Sindical -, mas a “tática do terror” não foi o bastante para evitar que dezenas de sindicalistas abandonassem as arquibancadas do ginásio da Portuguesa, na Zona Norte da capital paulista, no meio dos 30 minutos de fala da presidente.

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A petista também criticou a condução da economia no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB): “Eles quebraram o Brasil três vezes e levaram o país ao Fundo Monetário Internacional. Nós aproveitamos nosso período com o presidente Lula e pagamos o FMI. Eles elevaram a inflação à estratosfera antes de entregar o governo após a eleição de Lula. Eles levaram o Brasil ao desemprego e ao arrocho salarial. E consideravam que tinham uma política muito boa de combater a inflação, reduzindo o reajuste do salário mínimo e o salário dos aposentados.”

Durante o ato de campanha ao lado do ex-presidente Lula, Dilma procurou se vincular a uma continuidade do governo de seu padrinho político – uma forma de se contrapor, sobretudo, às investidas de Eduardo Campos, que passou a dizer que o governo Dilma interrompeu avanços econômicos e sociais conquistados por Lula após a manutenção dos pilares estabelecidos por FHC.

No mesmo tom, o presidente da CUT, Wagner Freitas, disse que Aécio e Campos vão “arrebentar” o país. “Eles são candidatos do patrão. Não se trata de gostar do PT, PSDB ou PSB. Nós temos uma opção de classe a fazer. Não é por causa da Dilma, mas de um projeto. Se eleger Aécio ou Eduardo eles vão jogar fora a política de valorização do salário mínimo e isso vai arrebentar a economia brasileira”.

Dilma defendeu a valorização do salário, do emprego e dos direitos trabalhistas como forma de enfrentar a crise econômica mundial, segundo ela “a maior dos últimos oitenta anos”. “Não fui eleita em 2010 e nem quero ser eleita em 2014 para desempregar, arrochar salário e tirar direitos dos trabalhadores”, disse a presidente. Ela também voltou a garantir investimentos em educação e em creches, embora não tenha cumprido a promessa de entregar 6.000 destas unidades. “Creche para nós mulheres é para nossas crianças. Ali podemos atacar as raízes da desigualdade”, disse. A presidente informou que o Pronatec, programa de Ensino Técnico gratuito, receberá mais 12 milhões de vagas até 2018 – atualmente há 8 milhões.

Dilma também rebateu declaração do tucano Aecio Neves, para quem os medicos cubanos contratados pelo governo federal “têm prazo de validade por três anos”. A presidente disse que o programa não possui data para ser interrompido. “O Mais Médicos vai durar enquanto o povo brasileiro precisar dele. Só na cabeça de quem não tem sensibilidade social é possível falar em prazo de validade”, disparou.

Televisão – Gripado, o ex-presidente Lula discursou apenas a metade do tempo de Dilma. Ele fez uma crítica velada à TV Globo, que decidiu incluir em sua cobertura jornalística apenas candidatos que pontuam melhor nas pesquisas de intenção de voto. Os candidatos contam com a exposição nos telejornais locais e no Jornal Nacional para se tornarem mais populares.

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“Eu queria fazer um protesto. A Dilma tem vários adversários, mas eles decidiram que só vão colocar na televisão, no principal jornal do país, os candidatos que tiverem acima de 6% e não os pequenos. Eles querem fazer os adversários mais conhecidos. Mas aqui em São Paulo a sacanagem é tamanha que decidiram só colocar na televisão os candidatos que tiverem acima de 10%, para tirar o Padilha da televisão”, reclamou Lula.

O ex-presidente criticou a pauta eleitoral econômica dos adversários de Dilma. Para Lula, o PT não deve enfrentar esse debate: “Agora virou moda discutir competitividade, o futuro e a produtividade. Chegam a dizer que o Brasil deixou de ser competitivo porque o salário está muito alto. Não temos que discutir futuro com eles. Eles não sabem o que é futuro, para eles é uma coisa abstrata.”

Para Lula, os sindicalistas entendem que em doze anos de governo “não foi possível fazer tudo” – eles cobram o fim do fator previdenciario e a redução da jornada de trabalho semanal -, mas reconhecem que “nunca foram tratados com a mesma decência e dignidade”.

Padilha – Mais uma vez, o candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, foi esquecido pela campanha de Dilma. Ele ficou de fora do palanque, sem direito a discursar. Na segunda-feira, Dilma visitou uma UBS em Guarulhos (SP) para enaltecer o programa Mais Médicos e gravar seu programa eleitoral – Padilha também foi deixado de lado. Em junho, Dilma faltou à convenção estadual de Padilha, realizada no mesmo local do encontro desta quinta.

A campanha da presidente promoveu o terceiro ato em duas semanas no Estado de São Paulo. No sábado, Dilma deve fazer caminhada com Lula e Padilha em Osasco, na Grande São Paulo.

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