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Dilma acena com mudanças em sua equipe caso reeleita

Em agenda na capital mineira, presidente reconheceu problemas na economia, mas pediu que os programas de seu governo não fossem minimizados por causa das eleições

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 3 set 2014, 15h59

Em agenda em Belo Horizonte nesta quarta-feira, a presidente-candidata Dilma Rousseff (PT) acenou pela primeira vez com alterações na sua equipe de governo caso reeleita. Ao participar da 8ª Olimpíada do Conhecimento, em Belo Horizonte, ela disse ter o “compromisso” de promover uma “atualização das políticas” e “necessariamente atualização das equipes”. A uma plateia formada por empresários, a presidente reconheceu o baixo desempenho da economia e os efeitos do pífio crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) na política industrial, mas pediu que os programas de seu governo não fossem minimizados por causa do período eleitoral. Durante a campanha, a petista tem evitado se pronunciar sobre o assunto, deixando de responder a perguntas sobre possíveis equívocos de gestão no primeiro mandato e sobre a permanência de ministros nos seus atuais cargos.

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“Nós devemos fazer esse balanço não para ficarmos satisfeitos com o que já fizemos, mas para continuarmos a fazer. Eu estive na CNI [Confederação Nacional da Indústria] há um tempo atrás e naquela circunstância eu declarei que eu considerava tão importante a política industrial e a política de desenvolvimento em geral que eu faria um Conselho de Desenvolvimento ligado diretamente à Presidência da República. Eu reitero hoje, novamente aqui, esse meu compromisso. Obviamente, novo governo, novas e, necessariamente, atualização das políticas e das equipes”, disse.

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Embora o evento público da presidente-candidata constasse como um ato do Poder Executivo, e não relacionado diretamente à campanha presidencial, Dilma não poupou os empresários que a ouviam de novas promessas e insinuou que o Brasil poderia estar em pior situação se não fosse o seu próprio governo. “Eu não quero, aqui, dar a impressão que eu acho que tudo foi feito. Eu não acredito nisso, acho, inclusive, que vivemos uma situação bastante complexa na indústria. Agora, eu só me pergunto e pergunto a vocês o que seria se nós não tivéssemos tomado as medidas que tomamos na área industrial? É possível que alguns de vocês na atual conjuntura, quando a incerteza do cenário internacional se mistura com o debate eleitoral, questionem a eficácia dessa nossa política. Mas apesar de eu respeitar a posição – acho que as posições num país como o nosso, democrático, têm que ser respeitadas – eu gostaria que o Brasil estivesse crescendo num ritmo muito mais acelerado. Mas imaginem o que aconteceria se nós não tivéssemos tomado essas medidas”, disse.

Ataques – Na sequência de sua agenda em Belo Horizonte, Dilma manteve a tática de ataques à adversária Marina Silva (PSB), sua principal concorrente na disputa pelo Planalto. Desta vez a presidente não se referiu à ex-senadora pelo nome, mas voltou a associar a eventual vitória de Marina ao desemprego. Disse que as propostas da concorrente podem desestruturar a economia brasileira. Negou, porém, que esteja adotando a estratégia de inserir “medo” na população. Pela manhã, Marina afirmou que Dilma usa a “estratégia do medo”, em referência à campanha eleitoral de 2002.

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Para a petista, além de fazer propostas consideradas “temerárias”, Marina Silva não teria base de sustentação no Congresso Nacional para aprovar projetos cruciais ao país. A falta de apoio parlamentar da candidata do PSB tem sido explorada à exaustão tanto por Dilma quanto por Aécio Neves (PSDB), na tentativa de desidratar a concorrente e classificá-la como uma política que não teria condições de governar o Brasil. Na propaganda partidária do PT, Marina chegou a ser comparada com os ex-presidentes Jânio Quadros e Fernando Collor, que não conseguiram terminar o mandato.

Medo – “[Não é] a política do medo. É a política da verdade. O que nós dissemos é que, se não tem número suficiente de deputados, você não aprova nenhum projeto. A necessidade de negociar é inexorável”, afirmou Dilma, ao participar de ato público no bairro Venda Nova, na região Norte de Belo Horizonte. “Quando você dirige um país, você tem responsabilidade com o dia seguinte. Não basta dizer, porque papel aceita tudo. A hora da verdade, e por isso digo que não é uma questão de medo, mas de verdade, é quando mostrar o que vai fazer, como vai fazer e com que dinheiro vai fazer”, disse.

Dilma afirmou que propostas de Marina, como a redução do papel dos bancos públicos, colocaria em xeque a economia brasileira, abrindo espaço para o desemprego e para o enfraquecimento de setores como o agronegócio. Ela declarou ainda que não seriam factíveis promessas de ampliar de imediato os repasses para a educação ou para a saúde sem apontar novas fontes de receita. Sem citar diretamente a concorrente, a petista declarou que “no caso do desemprego, não estou atribuindo à pessoa, não estou dizendo que A, B ou C vai fazer isso, mas estou dizendo que, quando se escreve que vai reduzir o papel dos bancos públicos, isso tem uma consequência, assim como dizer que vou antecipar 10% do PIB para a educação, 10% da receita pública para saúde, o problema é que tem que dizer da onde vai sair”.

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