Desejo de Lula se cumpre: sem metrô e com trânsito caótico, paulistano pode usar jumento para ver a seleção
Paulistano passou a manhã preso no maior engarrafamento da história da cidade nesse horário. E a situação deve piorar à tarde quando a seleção brasileira estará em campo no estádio do Morumbi
Por Da Redação
6 jun 2014, 13h25
O desejo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se cumpriu nesta sexta-feira, a menos de uma semana da abertura da Copa do Mundo na cidade de São Paulo. No último dia 16 de maio, o petista afirmou ser “babaquice” a preocupação de oferecer metrô para o torcedor chegar aos estádios. “Nós nunca tivemos problemas em andar a pé. Vai a pé, vai descalço, vai de bicicleta, vai de jumento, vai de qualquer coisa”, disse Lula, em palestra para blogueiros. Nesta sexta, o paulistano que comprou ingresso para assistir ao último amistoso da seleção brasileira antes da estreia no Mundial, no Morumbi, não poderá usar o metrô, parado pelo segundo dia de greve. E o carro também não será um bom negócio: com chuva e o rodízio de veículos liberado pela prefeitura, as ruas e avenidas da maior cidade do país estão travadas.
Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), foram registrados 251 quilômetros de vias engarrafadas às 10h30, recorde histórico para o horário. As principais artérias que cortam a cidade estão congestionadas. Por volta das 11h, um protesto de metalúrgicos ajudou a piorar o cenário caótico ao bloquear duas faixas da Avenida Paulista. Outras manifestações, de funcionários da construção civil e as marchas diárias dos sem-teto (MTST), estão programadas para esta sexta.
A greve dos metroviários paralisa parcialmente três linhas do metrô – 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha. Nas primeiras horas da manhã, grevistas decidiram realizar piquetes em estações e impedir funcionários que não aderiram à paralisação de trabalhar normalmente. A Polícia Militar utilizou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar o grupo e impedir depredações. O Metrô informou em sua conta no Twitter que havia “impedimento da entrada de funcionários nos postos de trabalho por grevistas”.
Os metroviários vão fazer um ato de protesto, às 16 horas, na Estação Tatuapé, com possibilidade de fechar a Radial Leste, principal via de ligação da Zona Leste ao Centro da capital. “Há risco de a greve continuar (até a Copa), se o governador não negociar”, afirmou Altino de Melo Prazeres Júnior, presidente do sindicato.
Em reunião na sede do sindicato nesta sexta-feira, os metroviários rejeitaram a proposta de reajuste de 8,7% feita pelo governo paulista e decidiu manter a paralisação. O governo de São Paulo acionou o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) por considerar a greve abusiva. O Tribunal de Justiça de São Paulo marcou para sábado o julgamento da liminar que obriga os funcionários a manter 100% da frota funcionando em horário de pico, e 70% no restante do dia.
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