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Deputada do PSOL terá de explicar omissão de 500 recibos de campanha

Corregedoria da Alerj começa a ouvir nesta quarta-feira os envolvidos nas suspeitas de caixa 2 na campanha de deputada estadual Janira Rocha

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 11 set 2013, 11h57

O futuro da deputada estadual Janira Rocha e, de certa forma, também do PSOL do Rio, começa a ser decidido nesta quarta-feira. A Corregedoria da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) ouvirá dois dos envolvidos no escândalo que resultou no afastamento da deputada da presidência regional do partido, sob acusação de montagem de um esquema de caixa 2 na campanha de 2010, usando recursos de um sindicato de servidores, e de cobrança de parte do salário dos funcionários de seu gabinete na Casa. As denúncias foram feitas pelos dois ex-funcionários que serão interrogados pelo corregedor, deputado Comte Bittencourt (PPS). Janira foi presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho e Previdência Social no Estado (Sindsprev/RJ), e admitiu, em uma gravação, ter feito uso dos recursos de filiados em favor do PSOL.

Nas oitivas agendadas para 13h30 e 14h30 virão a público também novas informações que podem complicar Janira e o PSOL. Uma delas é a omissão de cerca de 500 recibos de campanha que deveriam ter sido declarados à Justiça Eleitoral, referentes à campanha de 2010. Dos 500, há 86 recibos emitidos no dia 3 de outubro – data da eleição. Janira deverá explicar o motivo dos gastos, que, para rivais do PSOL, pode ter sido usado para remunerar cabos eleitorais. Cada um dos recibos daquela data tem valor de 70 reais.

Deputada do PSOL é suspeita de cobrar parte do salário de funcionários

Ainda não há cronograma ou lista de pessoas que serão ouvidas durante as investigações da assembleia. A partir dos depoimentos dos ex-funcionários Cristiano Valladão e Marcos Paulo Alves, que trabalhavam para Janira, os deputados da corregedoria analisarão se a deputada do PSOL e outros servidores da Alerj serão ouvidos. Depois de demitidos, os dois montaram um dossiê para chantagear Janira. E tentaram vender, por 1,5 milhão de reais, o documento e uma gravação de áudio para a deputada Cidinha Campos (PMDB). No áudio, Janira admite a prática de “cotização” – nome usado para a cobrança de parte do salário dos funcionários de gabinetes da Alerj – e de caixa 2 para campanha.

Os deputados também tiveram acesso aos depoimentos de Valladão e Alves à polícia, às declarações de Janira ao Ministério Público – depois de ter sido ameaçada pelos dois ex-funcionários, que não aceitavam a demissão – e a um documento elaborado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho e Previdência Social no Estado (Sindsprev/RJ), que teve parte da verba repassada irregularmente para a campanha de Janira. A deputada presidiu o Sindsprev. O sindicato enviou nota à Alerj afirmando que Janira, em 27 de agosto, xingou diretores.

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Radar: As relações suspeitas de Janira com o Sindsprev

Uma questão importante a ser esclarecida será a demissão de nove funcionários de Janira entre janeiro e julho deste ano – na conta, estão incluídos Valladão e Alves. A movimentação não é comum nos gabinetes. Não se sabe se os outros sete foram exonerados por incompetência ou se também estão ligados a alguma irregularidade.

Preocupação – Na segunda-feira, por volta das 17h30, Janira procurou Bittencourt preocupada com a pressão da base governista sobre a corregedoria e relatou ter ouvido na Casa que dariam celeridade ao processo de investigação para cassá-la. A conversa foi curta. O deputado, que está há oito anos na corregedoria e se apresenta como um “independente” – sem ligação formal à base do governo ou à oposição -, disse que não permitirá interferências no processo de apuração do caso.

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