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Delta já recebeu R$ 300 mi do governo federal em 2012

No centro do escândalo Cachoeira, empreiteira ainda tem contratos com União

Por Da Redação
29 ago 2012, 12h00

No epicentro do escândalo envolvendo o contraventor Carlinhos Cachoeira, a construtora Delta recebeu mais de 300 milhões de reais do governo federal desde o início do ano, segundo levantamento da ONG Contas Abertas. Nesta quarta-feira, o ex-dono da Delta, Fernando Cavendish, tem depoimento marcado na CPI do Cachoeira, mas, de posse de um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal, deve se manter calado.

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Desde que foi pilhada no escândalo, a construtora caiu em desgraça: já abandonou as obras do Maracanã e da Transcarioca e também o consórcio para a construção de um trecho da Ferrovia Oeste-Leste, o principal contrato que mantinha no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Ainda assim, segue com os cofres abastecidos por verba da União. Até agora, recebeu 300, 2 milhões de reais por serviços prestados ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e ao Ministério da Integração Nacional. No mês de maio, pouco antes de ser considerada inidônea, a construtora recebeu a maior quantia do ano: 55,2 milhões de reais.

Nos meses seguintes, os gastos só diminuíram. Em junho, 31,8 milhões de reais chegaram aos cofres da Delta, enquanto em julho e agosto (até o último dia 26) os montantes foram de 22,1 milhões de reais e 15,7 milhões de reais, respectivamente. Da Integração Nacional, a empresa recebeu 27,5 milhões de reais referentes às obras de integração do rio São Francisco com as Bacias dos rios Jaguaribe, Piranhas-Açu e Apodi, no eixo norte da região Nordeste. Todo o valor é decorrente de “restos a pagar”.

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Para se entender a relação Delta e Cachoeira, no entanto, é preciso dar relevância aos contratos que a empresa tem com o Dnit – responsável por 90,8% dos repasses à companhia em 2012, isto é, de 272,7 milhões de reais. Como exemplo da quantia envolvida, apenas para adequação de trecho rodoviário entre Goiânia e Jataí, na BR 060, em Goiás, foram desembolsados quase 30 milhões de reais.

Na gestão do ex-diretor do Dnit, Luiz Antonio Pagot, a Delta multiplicou seus negócios, transformando-se na maior prestadora de serviços do governo, com faturamento superior a 3 bilhões de reais em contratos de rodovias, muitos deles eivados de irregularidades. Defenestrado do governo Dilma Rousseff por sucessivas irregularidades no setor de transportes, Pagot afirmou, em depoimento prestado à CPI na terça-feira, ter arrecadado com empreiteiras de 5,5 milhões a 6 milhões de reais para a campanha de Dilma à Presidência da República.

Já Cavendish deixou o comando da construtora em abril deste ano, na esteira dos escândalos envolvendo Cachoeira e o ex-senador Demóstenes Torres. As suspeitas da Polícia Federal são de que a construtora alimentou doações eleitorais repassadas por Cachoeira. Cavendish é o principal responsável por ter feito, em dez anos, o faturamento de sua empresa saltar de 67 milhões de reais para 3 bilhões de reais. Conforme levantamento da ONG Contas Abertas, apenas em obras contratadas pelo governo federal, a Delta arrecadou nesse período 4 bilhões de reais. Ao final de 2011, a Delta era a principal fornecedora do programa, com contratos avaliados em mais de 2 bilhões de reais.

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