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Delcídio confirma que a voz no áudio é dele, mas nega acusações

Em depoimento à Polícia Federal, o senador petista alegou que queria ajudar Nestor Cerveró a sair da prisão por "uma questão humanitária"

Por Da Redação
26 nov 2015, 22h06

Em depoimento prestado nesta quinta-feira na Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) afirmou que pretendia “ajudar” o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró a sair da prisão por “uma questão humanitária”. No entender da Procuradoria-Geral da República, no entanto, Delcídio buscava obstruir o avanço das investigações e evitar que Nestor Cerveró firmasse acordo de delação premiada. No interrogatório que durou quase quatro horas, ele negou as acusações.

O depoimento foi conduzido pelo delegado Thiago De Lamare, que atua na força-tarefa da Lava Jato e foi acompanhada por dois procuradores da República e dois advogados do senador. Durante a conversa, o delegado mostrou as gravações feitas pelo filho de Nestor Cerveró, Bernardo, e que serviram de embasamento para o pedido de prisão do parlamentar. Delcídio confirmou que a voz da gravação é dele, mas negou que tenha tentado dissuadir Cerveró a não fazer a delação premiada. “Foram com intuito de dar uma palavra de esperança e de conforto para o familiar de um réu que está preso, mas jamais falei com qualquer ministro do STF sobre o assunto.”

Segundo o petista, ele foi procurado pelo filho do ex-diretor da Petrobras por meio do advogado. “Apenas dei essa palavra de conforto vendo o desespero do filho de um dos presos. Ele (Bernardo) se apresentou a mim pedindo ajuda. Eu disse que ia ajudar e tentar interceder, mas isso foi apenas uma questão humanitária, para confortar o familiar do réu preso da Lava Jato”, afirmou o senador à PF.

No diálogo gravado por Bernardo, Delcídio, um assessor de seu gabinete e o advogado Edson Ribeiro chegam a planejar um roteiro de fuga para Cerveró deixar o Brasil após conseguir a liberação pelo Supremo. A intenção, conforme os relatos, era levar o ex-diretor da Petrobras para a Espanha.

‘Relação próxima’ – A PF quis saber de Delcídio sobre a participação do advogado, ex-defensor de Cerveró e até ontem procurado pela Interpol também por envolvimento no episódio. O senador disse que o advogado entrou em contato com ele e pediu uma reunião. “Levou junto (na reunião) o Bernardo. Eu o recebi. Eu tinha uma relação próxima com Nestor Cerveró e com a família do Nestor Cerveró. Por esse motivo, eu os recebi. Na conversa, Edson Ribeiro começou a relatar que tinha entrado com habeas corpus (para Cerveró), relatou o drama pessoal, o sofrimento pessoal que Nestor Cerveró está passando. Eu disse que ia tentar ajudar, mas foi uma palavra de conforto ao filho (Bernardo)”, reiterou.

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Delcídio deverá ser ouvido novamente pela PF. Existem outras questões que os investigadores querem submeter ao senador, como, por exemplo, sua ligação com o banqueiro André Esteves, presidente do BTG Pactual, que, conforme as tratativas gravadas por Bernardo, ficaria responsável por uma mesada de 50.000 reais para a família de Cerveró em troca do silêncio do ex-diretor da Petrobras.

“O senador deu as explicações de maneira contundente”, afirmou o advogado do senador, Maurício Silva Leite. Ele disse que o petista aguarda “sereno o desenrolar das investigações, mas muito chateado”.

O senador está preso na carceragem da Polícia Federal (PF) em Brasília após decisão unânime da segunda turma do Supremo Tribunal Federal (STF). O plenário do Senado decidiu manter a prisão de Delcídio. Em votação aberta, os parlamentares decidiram que o petista deverá ser mantido preso por 59 votos contra 13 e 1 abstenção.

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(Com Estadão Conteúdo e Agência Brasil)

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