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Delatores da Andrade Gutierrez citam Berzoini

Em 2010, a empreiteira repassou 15,7 milhões de reais ao à Direção Nacional do PT e ao comitê de campanha da presidente Dilma Rousseff

Por Da Redação
9 abr 2016, 09h46

O ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, Ricardo Berzoini, foi citado em delações premiadas de executivos da Andrade Gutierrez homologadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki.

Ex-presidente da empresa, Otávio Azevedo relatou aos procuradores da Lava Jato reunião com Berzoini na qual o petista avisou a ele que as contribuições para o partido não deveriam ser apenas sobre obras da Petrobras, mas também de outras áreas da administração. A partir da “recomendação”, a empresa teria, então, iniciado repasses ao partido de parte dos valores de contratos relativos ao setor elétrico.

Berzoini confirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que se reuniu com Azevedo em 2008, ano de eleição municipal, para pedir contribuições ao PT. Ele disse não se recordar da data do encontro. “Estive uma vez nas dependências da referida empresa, na condição de presidente nacional do PT, assim como estive em várias outras empresas, solicitando contribuição formal e legal”, afirmou. Ele alegou, contudo, que não houve “nenhuma vinculação a obras ou contratos, para sustentação das atividades partidárias”.

O ministro repetiu o discurso do partido de que “as contribuições da empresa estão devidamente registradas nas prestações de contas do PT, apresentadas regularmente ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

No sistema do TSE, constam 5,8 milhões de reais em doações da empreiteira ao PT em 2008. Em 2010, a empreiteira repassou, oficialmente, 15,7 milhões de reais ao à Direção Nacional do partido e ao comitê de campanha da presidente Dilma Rousseff.

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Os executivos da Andrade sustentam nas delações que a empresa fez doações legais para campanhas do partido, mas com dinheiro do esquema de corrupção da Petrobras que se repetiu no setor elétrico, em obras como a construção das usinas de Angra 3 e Belo Monte, que foi o primeiro grande empreendimento da construtora na área de energia. Em troca de contratos com órgãos públicos, as empresas repassavam dinheiro para o PT, PMDB e PP.

Berzoini é o quinto ministro do PT que teve o nome envolvido na Operação Lava Jato. Também foram citados os ministros da Secretária de Comunicação Social do governo, Edinho Silva, da Educação, Aloizio Mercadante, do Gabinete Pessoal da Presidente, Jaques Wagner, e da Advocacia-Geral da União (AGU), José Eduardo Cardozo. Além deles, também foi citado em delações premiadas o assessor especial da presidente, Giles Azevedo, um dos quadros do governo mais próximos de Dilma.

Berzoini ocupa um dos cargos mais importantes do governo neste momento. É dele a responsabilidade pela articulação política com o Congresso.

No governo Lula, ele foi ministro do Trabalho e da Previdência. Em 1996, fundou a Bancoop, cooperativa dos bancários, que foi presidida pelo PT. A cooperativa faliu e empreendimentos foram repassados pela OAS, uma das empreiteiras investigadas pela operação.

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Os executivos da Andrade contaram que Berzoini não atuava sozinho. Os ex-ministros Erenice Guerra e Antonio Palocci também cobravam ajuda da empreiteira, segundo fontes com acesso ao caso.

A assessoria de Erenice disse que ela não tratou de Belo Monte. A ex-ministra, porém, não quis se manifestar sobre se o seu nome estava sendo usado para atingir a presidente.

(Com Estadão Conteúdo)

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