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Delator e Vieira se reuniram na Presidência em SP

Cyonil Borges disse à PF que esteve com Paulo Vieira no gabinete da Presidência em São Paulo, em 2008, para falar sobre "dificuldades do setor portuário"

Por Da Redação
6 dez 2012, 08h58

Autor do escândalo de corrupção investigado pela Operação Porto Seguro, Cyonil Borges afirmou à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal que Paulo Vieira, apontado como chefe do esquema, usou o gabinete da Presidência da República em São Paulo, em 2008, para uma reunião em que os dois discutiram dificuldades do setor portuário – área que concentrou parte das fraudes reveladas pelo inquérito. Vieira está afastado do cargo de diretor de Hidrologia da Agência Nacional de Águas (ANA) e chegou a ser preso na operação – ele foi solto na semana passada por ordem da Justiça.

O encontro teria sido o primeiro contato formal entre Vieira e Cyonil. No ano anterior, Cyonil, que era auditor do Tribunal de Contas da União (TCU), havia emitido um parecer técnico contrário à ocupação de uma área do Porto de Santos pela empresa Tecondi, que Vieira tentava beneficiar, de acordo com as investigações. Em 2009, um ano depois da reunião no gabinete da Presidência em São Paulo, Vieira teria oferecido 300 000 reais a Cyonil para que ele produzisse um parecer técnico a favor da Tecondi.

Segundo um documento de doze páginas apresentado por Cyonil à Procuradoria da República em São Paulo, o delator do esquema teria sido convidado por Vieira ao gabinete – que era utilizado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus ministros em viagens à capital paulista.

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As investigações da Operação Porto Seguro revelaram que Vieira, à época ouvidor da Agência Nacional de Transportes Aquáticos (Antaq), tinha uma relação próxima com a então chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha, indiciada por tráfico de influência, corrupção passiva e falsidade ideológica. Segundo a PF, ela recebia favores de Vieira em troca de reuniões com autoridades e indicações para cargos públicos.

Segundo a investigação, Paulo Vieira usou o escritório da Presidência em São Paulo em outras ocasiões e Rosemary estava no gabinete nos horários em que ele frequentou o espaço. Cyonil afirmou na denúncia, feita por escrito aos policiais e aos procuradores, que ficou “impressionado com a ‘desenvoltura’ do Sr. Paulo Vieira”.

Outro lado – Pessoas próximas a Paulo Vieira salientam que, em 2008, ele era ouvidor da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e que “era natural” que se reunisse com um analista do Tribunal de Contas da União (TCU) no gabinete institucional da Presidência em São Paulo.

O advogado de Vieira, o criminalista Pierpaolo Bottini, preferiu não se manifestar sobre o caso. Quando a Operação Porto Seguro foi deflagrada, Pierpaolo foi taxativo: “Paulo Vieira não é chefe de quadrilha, nunca foi chefe de quadrilha e isso ficará provado”.

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Cyonil Borges não quis se manifestar sobre a denúncia que fez à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal. Ele também não desmentiu as informações que relatou no documento. O advogado Rodrigo Felberg, que representa o delator do esquema, não comentou o caso.

O criminalista Celso Vilardi, que defende Rosemary Noronha, não se pronunciou porque o relato de Cyonil não cita sua cliente como tendo participado do encontro com Paulo. Vilardi está estudando os primeiros passos da defesa da ex-chefe de gabinete da Presidência da República.

A reportagem do jornal O Estado de S. Paulo pediu informações ao Palácio do Planalto sobre as reuniões realizadas no gabinete da Presidência em São Paulo e sobre a presença de Paulo Vieira no escritório, mas não houve resposta.

(Com Estadão Conteúdo)

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