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Delator diz que Picciani recebeu R$ 80 milhões de empresas de ônibus

Ex-executivo da Fetranspor diz ter feito pagamento de quarenta 'mesadas' de 2 milhões ao presidente afastado da Alerj em troca da aprovação de projetos

Por Agência Brasil Atualizado em 20 jun 2018, 15h30 - Publicado em 20 jun 2018, 09h39

O deputado Jorge Picciani (MDB), presidente afastado da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), teria recebido 80 milhões de reais de empresas de ônibus. A acusação foi feita por Marcelo Traça, ex-vice-presidente da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor). A quantia, de acordo com o empresário, foi dividida em quarenta parcelas de 2 milhões de reais. O objetivo era a aprovação de leis que favorecessem o setor.

Traça depôs na condição de delator, nesta terça-feira 19, no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), no âmbito da Operação Cadeia Velha, um desdobramento da Lava Jato. Picciani chegou a ser encaminhado a um presídio, no fim do ano passado, mas atualmente está em prisão domiciliar.

“No final de 2015, eu fui chamado para uma reunião na casa de Picciani, na presença de José Carlos Lavouras, então presidente da Fetranspor, onde me foi colocado que a Fetranspor tinha um compromisso mensal com Picciani na ordem de 2 milhões de reais. Foi pedido que eu fosse o portador dessa quantia mensal. Fiz umas quarenta entregas, mais ou menos, desse valor”, disse Traça.

O delator ainda disse que fazia entregas mensais ao deputado Edson Albertassi (MDB), em valores ao redor de 68.000 reais, também para garantir influência da Fetranspor na Alerj. Os valores eram pagos em espécie, tanto para Picciani quanto para Albertassi, em lugares que iam desde as residências particulares deles até restaurantes e a própria Alerj.

Também depôs Benedicto Júnior, um dos ex-executivos da Odebrecht que fez delação premiada. Ele falou que havia doações para o deputado Picciani e também para o deputado Paulo Melo (MDB), por meio de caixa dois e outras formas de repasses.

“Nós tínhamos três tipos de doações. Doações oficiais; doações por caixa dois, pelo nosso sistema de operações estruturadas, dinheiro ilícito; e caixa três, por interposta pessoa. Nós tínhamos a preocupação de que fossemos sempre bem-vistos pelo entorno do governador Sérgio Cabral”, explicou Benedito.

A defesa de Picciani não se manifestou. As defesas dos deputados Albertassi e Paulo Melo não foram localizadas para comentar o depoimento do delator. Os dois continuam presos no Complexo Penitenciário de Bangu.

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