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Delator diz que pagou R$ 5 milhões em caixa dois para senador Eunício Oliveira

Em delação premiada, ex-diretor do grupo Hypermarcas Nelson Mello afirmou que "ultrapassou limites morais e éticos nos relacionamentos institucionais"

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 1 jul 2016, 18h18

O ex-diretor de Relações Institucionais do grupo Hypermarcas Nelson Mello, que fechou acordo de delação premiada com o Ministério Público, detalhou o pagamento de dinheiro a políticos do PMDB por meio de contratos fictícios celebrados entre empresas indicadas por lobistas e pessoas jurídicas. Entre os citados está o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), apontado pelo delator como o destinatário de 5 milhões de reais em caixa dois de campanha.

Em 2014, um emissário do senador Eunício Oliveira, que aspira ser o próximo presidente do Senado, teria procurado Mello com pedidos de dinheiro para campanha. Na época, o peemedebista era candidato ao governo do Ceará – e acabou derrotado pelo petista Camilo Santana. Nelson Mello disse ter feito um contrato falso no valor de 3,35 milhões de reais para arcar com as despesas de Eunício. Para camuflar o caminho desta fatia do dinheiro, o sobrinho do senador, de nome Ricardo, fechou um contrato fraudulento com uma empresa de Salvador. Ao final, uma nova nota fiscal fria totalizou todo o dinheiro pedido por Eunício: 5 milhões de reais.

Participaram da trama, segundo Nelson Mello, as empresas Condeferal, Confirma Comunicação e Estratégia Ltda, Campos Centro de Estudos e Pesquisa de Opinião Ltda.

O delator confirmou ainda encontros com os senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Renan Calheiros (PMDB-AL), disse ter conhecido o também senador Eduardo Braga (PMDB-AM) e afirmou que, ao longo do tempo, “se deu conta que ultrapassou limites morais e éticos nos relacionamentos institucionais” e que repassou dinheiro a parlamentares “por questões políticas”.

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Ao Ministério Público, ele relatou ter sido apresentado em 2012 ao lobista Milton Lyra, alvo da Operação Sépsis, deflagrada hoje, e a partir de 2013 recebeu o primeiro pedido de propina: 2 milhões de reais “para ajudar amigos que teriam despesas de atividades políticas”. Conforme a versão apresentada pelo delator, como Lyra tinha influência sobre senadores, ele “viu que fazia sentido pagar porque este tinha vários amigos”. “Os amigos de Milton Lyra eram os senadores”, resumiu.

Para lavar o dinheiro pago, foi firmado um contrato fictício entre a Hypermarcas e a Credpag Consultoria e Serviços Financeiros Ltda., empresa cujo nome estava na porta do escritório de Milton Lyra. No final de 2014, novo pedido de pagamento: 6,7 milhões de reais foram pagos e lavados com contratos fictícios de seis empresas, entre as quais a Brainfarma, a Credpag e a Medicando Internet. Em abril de 2015, nova leva: 7 milhões de reais. Na versão apresentada pelo delator, o relacionamento entre ele e Milton Lyra começou a desandar especialmente no final de 2015, quando o lobista teria ficado “agressivo” e “incisivo nas cobranças”.

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