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Delator afirma que lobista agia em nome de ex-diretor

Investigações apontam que Fernando Soares, operador do PMDB no esquema de corrupção na Petrobras, agia em nome de Nestor Cerveró

Por Da Redação
16 nov 2014, 09h35

O executivo de empreiteira Júlio Camargo, um dos delatores da Operação Lava Jato, revelou que o homem apontado como operador do PMDB no esquema de corrupção na Petrobras, Fernando Antonio Falcão Soares, o Fernando Baiano, agia em nome de Nestor Cerveró, ex-diretor de Internacional da estatal. Indicado pelos peemedebistas ao cargo em 2005, Cerveró é protagonista do caso da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, que causou prejuízo de 792 milhões de dólares à estatal, segundo o Tribunal de Contas da União.

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“Fernando Soares mantinha um compromisso de confiança com o diretor de Internacional Nestor Cerveró”, afirmou Camargo, delator da área empresarial da Lava Jato, ao citar uma cobrança de propina feita em uma intermediação de aquisição de sondas de perfuração para a Petrobras.

O ex-diretor de Internacional da Petrobras é agora o foco das investigações. Cerveró esteve no centro do caso Petrobras quando a presidente Dilma Rousseff afirmou em março que aprovou a compra de Pasadena – em 2006, quando presidia o Conselho de Administração da estatal – com base em um parecer falho elaborado por ele.

O Ministério Público Federal sustenta que Baiano, “em razão de sua proximidade com Nestor Cerveró, intercedia ilegalmente, já que de outro modo não se obteria a contratação, em favor de terceiros para que a Petrobras firmasse com eles contratos que dependiam da área internacional”. A Procuradoria, que atua na investigação da Lava Jato, faz referência ao contrato de compra das sondas de perfuração e afirma que houve cobrança de propina e, ao que tudo indica, “repassado parte do valor para a Diretoria de Internacional”.

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Exterior – Júlio Camargo, que atuava pela Toyo Setal – uma das treze empresas acusadas de cartel na Petrobras – indicou aos investigadores o roteiro da propina, inclusive nomes de instituições financeiras, onde estão sediadas e valores depositados nas “inúmeras contas” que Baiano mantinha no exterior. Uma delas, na Suiça, aberta em nome da offshore Harley, cujo domínio econômico está em nome do operador do PMDB.

O executivo citou ainda o pagamento feito por ele para Baiano por meio de uma conta que tinha no banco Winterbothan, no Uruguai. O delator da Toyo Setal sugeriu que Cerveró era um dos beneficiários e disse que os extratos bancários da conta poderão confirmar o fato – em uma delação premiada, mais do que fazer acusações, o importante é provar o que se diz a fim de que o delator tenha o benefício da redução de pena.

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Camargo, em sua delação, deu detalhes de empresas abertas pelo operador do PMDB no exterior. Um caso foi o pagamento de 8 milhões de dólares para Baiano em duas empresas registradas em seu nome – a Techinis Engenharia e Consultoria recebeu depósito de 700.000 reais; a Hawk Eyes Administração de Bens, 2,6 milhões de reais. Outras transferências foram realizadas.

Além de Camargo, um executivo da Toyo, Augusto Mendonça de Ribeiro Neto, afirmou também em delação premiada que o ex-diretor de Serviços e Engenharia Renato Duque recebeu propina referente às obras das refinarias Repav (São José dos Campos), Repar (Paraná) e Replan (Paulínia, SP), no complexo petroquímico Comperj (RJ) e nos gasodutos Cabiúnas e Gasoduto Urucu Manaus.

Segundo os investigadores, os executivos narraram “todo o esquema de cartelização, lavagem e pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos, confirmando não só a participação de Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa, mas das demais empreiteiras e ainda o envolvimento de Renato Duque, diretor de Serviços da Petrobras, e Fernando Soares, vulgo Fernando Baiano, outro operador encarregado de lavagem e distribuição de valores a agentes públicos”.

“É inquestionável a ativa participação de Renato Duque, Pedro Barusco e Fernando Soares nos fatos criminosos em apuração”, afirma a Procuradoria.

(Com agência Estado)

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