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Defesa de Dirceu abre sessão desta segunda-feira no STF

Começa hoje a fase de defesa dos réus. Após a fala do advogado do chefe do esquema criminoso, falarão defensores de Genoino, Delúbio e Marcos Valério

Por Da Redação
6 ago 2012, 07h35

A sessão desta segunda-feira marca o início da fase de defesa no julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF). E quem abre a manifestação dos advogados dos réus é justamente o defensor daquele apontado como chefe da quadrilha pela Procuradoria-Geral da República, José Dirceu. Em seguida, falarão os advogados de José Genoino, Delúbio Soares e Marcos Valério. Os defensores tentarão desconstruir a acusação do Ministério Público de que seus clientes formaram uma quadrilha para corromper parlamentares no Congresso. Também falará nesta segunda o advogado de Ramon Hollerbach, ex-sócio de Valério na agência SMP&B.

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Cada um dos advogados terá uma hora para fazer a sustentação oral. Primeiro a falar, José Luiz de Oliveira Lima tem a missão de convencer os ministros de que José Dirceu não era “chefe da quadrilha”, como acusa o procurador Roberto Gurgel. Lima tem enfatizado constantemente não haver provas contra o seu cliente e diz que por falta de evidências Gurgel vem recorrendo a “ilações” e a “fala fácil” para tentar incriminar José Dirceu. O advogado vai dizer que o ex-deputado Roberto Jefferson “inventou” o mensalão e negar a compra de apoio no Congresso. Ele promete ser duro com o Ministério Público.

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Na sequência, será a vez do defensor de José Genoino, ex-presidente do PT. Seu advogado, Luiz Fernando Pacheco, defenderá que o cliente não tinha relação financeira com os outros citados. Ele vai sustentar que Genoino fazia apenas a negociação política de apoios, sendo de responsabilidade de Delúbio a movimentação de recursos do PT.

Em defesa do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares falará Arnaldo Malheiros Filho. Ele vai sustentar que os recursos movimentados pelo cliente eram “caixa dois” de campanha eleitoral, ou “recursos não contabilizados”, como têm afirmado os petistas. Negará a compra de apoio político e destacará a “vida simples” de Delúbio para tentar afastá-lo de acusações de corrupção.

Advogado de quem Gurgel chama de “operador” do mensalão, Marcelo Leonardo reclamou do tempo que terá para defender Marcos Valério. Ele destacou que o cliente foi citado 197 vezes pelo procurador durante a acusação na sexta-feira. Marcelo Leonardo pediu que o STF lhe concedesse mais tempo para falar, mas não foi atendido. Ele vai sustentar que os empréstimos de empresas do publicitário nos bancos Rural e BMG são legais e foram feitos a pedido do PT para saldar dívidas de campanha.

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Último a falar nesta segunda-feira, o advogado Hermes Guerrero vai tentar mostrar aos ministros que Ramon Hollerbach não participou das negociações feitas por Marcos Valério com o PT. “Ele só é réu por ter sido sócio do Marcos Valério. Ninguém o conhece e não há nenhum depoimento ou perícia que mostre qualquer conduta criminosa do Ramon.” Ao contrário da defesa de Valério, Guerrero acredita que nem precisará da uma hora reservada para provar a inocência de seu cliente. “Para mim, 30 a 40 minutos serão suficientes. Não tenho nem assunto para tanto tempo.”

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O julgamento dos mensaleiros prossegue hoje no STF. A defesa começa a falar. Estão previstas as intervenções dos advogados de José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares. Fiquemos atentos. Vamos ver se há chicanas guardadas na algibeira para empurrar a coisa adiante, num esforço deliberado para cassar o voto de Cezar Peluso. É a agenda do dia. Não estou aqui para tratar de calendário, mas para contestar uma tese que me parece furadíssima, errada mesmo, que já vi até na boca e na pena de pessoas sensatas, interessadas, como todos nós, no fim da impunidade. E que tese é essa? Aquela segundo a qual é o governo Lula que está em julgamento no tribunal. Assim, se Dirceu e os petistas forem condenados, isso significará uma condenação dos oito anos de mandato do Apedeuta. Errado!

Essa avaliação acaba servindo ao propósito dos mensaleiros, se querem saber. Se ministros do Supremo levarem isso em conta, sopesando defeitos e qualidades da era Lula, acabarão concluindo que as coisas não foram tão mal assim… Talvez, então, seja o caso de absolver… Errado! Não é o governo Lula que está em julgamento, mas os 36 que participaram de uma articulação criminosa para fraudar a democracia e o próprio estado de direito. O que o tribunal vai definir é se aquelas práticas eram ou não criminosas. Se eram, atendiam por quais nomes? Como não há crimes sem autores, estes têm de ser punidos.

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(Com Agência Estado)

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