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Debate na TV abre disputa pelo mandato de ouro no Rio

Próximo prefeito vai administrar a cidade no período da Olimpíada, Copa do Mundo, Copa das Confederações e Jornada Mundial da Juventude. Coincidência de data com o início do julgamento do mensalão é incômoda para Eduardo Paes

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 2 ago 2012, 09h26

Uma das expectativas é sobre o surgimento do tema “mensalão”, no primeiro dia de julgamento dos acusados, no STF

Os eleitores do Rio de Janeiro terão, nesta quinta-feira, a primeira oportunidade de ver os cinco principais candidatos à prefeitura da cidade frente a frente, no debate promovido pela emissora Band. Participarão o prefeito Eduardo Paes (PMDB), os deputados estaduais Aspásia Camargo (PV) e Marcelo Freixo (Psol) e os deputados federais Otávio Leite (PSDB) e Rodrigo Maia (DEM). A coincidência de data com o início do julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal cria desde já a expectativa de que este seja um tema abordado pelos opositores do favorito, Paes. O candidato a vice de Paes é o vereador Adilson Pires, do PT. A questão central que liga o atual prefeito ao debate sobre mensalão, no entanto, passa ao largo do petista, um político com ainda pouca expressão, mesmo local. O problema, para Paes, está no passado recente: em 2005, quando Paes era deputado federal pelo PSDB e integrava a CPI dos Correios, chamou o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva de “chefe da quadrilha”, em referência ao esquema de corrupção. Ele foi duro no combate, partiu para cima de Lula, usou sua voz da oposição para apontar malfeitos do governo petista.

“O relatório comprova que, ao contrário do que afirma o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, as provas de corrupção no governo existem para dar e vender”, afirmou o então deputado sobre o relatório parcial da CPI dos Correios. Em 2008, já no PMDB, Paes tentou se retratar com Lula, movimento coordenado pelo governador Sérgio Cabral, aliado de primeira hora do ex-presidente. O atual prefeito, na condição de candidato em busca da eleição, também enviou carta à esposa de Lula, Marisa Letícia. O conteúdo: pedido de desculpas por ter sugerido ilegalidade no aporte, por parte da Telemar, de cinco milhões de reais na empresa Gamecorp, de Fábio Luiz Lula da Silva, filho do ex-presidente.

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Mesmo que os ‘desafiantes’ de Paes não explorem o assunto, um detalhe da programação do debate traz a possibilidade de temas incômodos como o mensalão surgirem no encontro. No primeiro bloco, o canal levará perguntas de cariocas aos candidatos. No segundo e terceiro, cada concorrente escolherá para quem vai dirigir seus questionamentos. No quarto bloco, personalidades, como o cantor Gabriel Pensador, terão a possibilidade de inquirir os postulantes ao Palácio da Cidade. Para fechar a noite, os candidatos responderão, novamente, a perguntas da sociedade. No dia em que o mensalão é o assunto mais comentado, opositores de Paes esperam que as participações dos cariocas no debate incluam esse tópico.

O tucano Otávio Leite tentará mostrar a mudança na postura de Paes e as trocas de partido. Para ele, é “óbvia” a abordagem do mensalão. “É preciso revelar o caráter de cada um. A história, o conteúdo, a ideologia são fatores que têm de ser medidos pelo eleitor. Acho que a contradição e o pragmatismo da velha política são as marcas de Paes”, afirma Leite, indicando que fará marcação cerrada sobre o prefeito.

Para o enfrentamento com Paes, que aparece na pesquisa de intenção de voto do DataFolha preferido por 54% da população carioca, os candidatos da oposição estudaram números e temáticas indispensáveis ao morador do Rio. A primeira delas é em relação à saúde, que, segundo o DataFolha, representa o principal problema da cidade. Para alcançar o nível de informação de Paes, os outros candidatos se reuniram com especialistas de diversas áreas, foram em busca da sociedade civil, se debruçaram sobre o censo de 2010 divulgado pelo IBGE, devoraram números. Ainda sim, será preciso mais.

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Será o primeiro debate televisivo desse tipo que os candidatos, com exceção de Paes, participarão. Para convencer os cariocas de que a atual gestão – que cavalga sobre as obras para a Copa e Olimpíadas – será necessário usar de eloquência e carisma. Tudo isso será posto à prova nesta quinta-feira.

Os quatro tentarão colocar Paes na berlinda. Cada um ao seu estilo. Rodrigo Maia afirma que buscará explorar problemas ouvidos por suas andanças na cidade durante este período eleitoral. Marcelo Freixo terá como eixo central temas da cidade, como saúde, transporte e educação. Mas tem em mãos números que podem exigir de Paes respostas consistentes em relação aos contratos com a Delta. Aspásia vai procurar seguir outra linha: “Gostaria de ter um debate menos monotemático. Às vezes fica-se muito no que cada um pretende fazer na saúde, na educação. Falta filosofia. Falta saber como a cidade vai ser governada, com base em quais princípios e prioridades”, diz Aspásia.

Apesar de a audiência normalmente não ser das melhores às 22h, horário escolhido pela emissora, é a primeira grande chance de encontrar os cinco candidatos juntos, debatendo, espera-se, propostas e expectativas para o Rio de Janeiro. O próximo prefeito terá pela frente um mandato de ouro. Comandará a cidade da Copa das Confederações, da Jornada Mundial da Juventude, da Copa do Mundo e das Olimpíadas. Poderá ganhar relevância nacional capaz de se tornar peça-chave nas eleições para o governo do estado em 2014. Terá a chance de alçar o seu nome ao hall dos alcaides históricos do Rio – para o bem e para o mal.

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