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Debate em SP: Marta, Haddad e Doria poupam Russomanno

Principais adversários do candidato do PRB preferiram distribuir ataques entre si. Único a trocar farpas com Russomanno foi Major Olímpio

Por Carolina Farina, Eduardo Gonçalves, Nicole Fusco, Pedro Dias Leite e Silvio Navarro
Atualizado em 3 set 2016, 08h22 - Publicado em 3 set 2016, 01h07

No segundo debate entre os candidatos à prefeitura de São Paulo, promovido nesta sexta-feira por VEJA em parceria com Rede TV, UOL e Facebook, o líder nas pesquisas eleitorais, Celso Russomanno (PRB), foi poupado de ataques por Marta Suplicy (PMDB), Fernando Haddad (PT) e João Doria Jr. (PSDB). A estratégia dos três candidatos, que preferiram críticas entre si a ataques a Russomanno, se repetiu em relação ao primeiro debate, na semana passada. Um dos únicos momentos em que o candidato do PRB foi criticado – e revidou, exaltado – se deu quando Major Olímpio (SD) questionou seus votos alinhados ao governo da ex-presidente Dilma Rousseff no Congresso. Fora do primeiro debate por seu partido não ter ao menos dez deputados federais na Câmara, mas incluída no de hoje após decisão do STF, Luiza Erundina (PSOL) reclamou dos adversários por não terem se manifestado em unanimidade por sua participação no encontro anterior e bateu na tecla da ética, discurso comum entre os candidatos de sua legenda.

Na primeira rodada de perguntas entre os candidatos, Doria ouviu críticas de Olimpio aos governos estaduais do PSDB e tentou se mostrar como empresário que trabalha “valorizando os funcionários” e fará o mesmo na gestão pública. Russomanno, respondendo a pergunta de Haddad sobre Educação, criticou a qualidade do ensino nas escolas municipais administradas pelo prefeito, onde “as classes têm mais de 35 alunos”; Marta lembrou feitos de sua gestão na prefeitura, como a implantação do Bilhete Único e a criação dos CEUS.

Na primeira troca de farpas da noite, Haddad ouviu de Erundina que foi “hesitante” em relação à defesa da tese do “golpe” no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e retrucou lembrando as mudanças de partido da ex-prefeita.  “Se eu fosse hesitante, não ficaria no mesmo partido por 30 anos, quem muda de partido a cada cinco anos não sou eu”, cutucou o prefeito.

Provocada por Doria, que lembrou a criação de taxas municipais e o apelido “Martaxa”, a ex-prefeita disse primeiramente não se arrepender de nada do que fizera durante sua gestão, entre 2001 e 2004. Confrontada com a reeleição perdida para José Serra, em 2004, mas lembrando a pesquisa Datafolha que mostra sua administração como a melhor entre as quatro últimas, de acordo com os paulistanos, Marta Suplicy reconheceu, afinal, arrependimento por de ter criado tarifas, como a que pretendia aumentar a arrecadação municipal por meio da taxação da coleta seletiva de lixo.

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Questionado a respeito do transporte público, Celso Russomanno, respondeu que “resolver o problema do transporte é diminuir a fraude” no uso indevido do Bilhete Único. Ele citou experiências como a do Rio de Janeiro, que implantou câmeras de reconhecimento facial nos ônibus. “Aumentar a tarifa a gente nem pensa”, garantiu o líder nas pesquisas, que também prometeu manter o passe livre a estudantes.

A respeito do Uber, cuja operação Russomanno classifica como “ilegal”, o candidato do PRB prometeu “não banir o serviço, pretendo regulamentar”. “No mundo todo os preços de táxi e Uber foram baixando, até que todo mundo foi à falência. Vou entrar com uma ação coletiva contra o Uber para que pague direitos trabalhistas aos motoristas”, disse Russomanno, notabilizado pela “Patrulha do Consumidor”, programa em que resolvia problemas de consumidores.

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Confrontado com as informações de que o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Netto teria usado dinheiro desviado da Petrobras para bancar parte de sua campanha em 2012, Fernando Haddad alardeou ser o único candidato que dispõe de um setor de compliance em sua campanha e citou a criação da Controladoria-Geral do Município, que, segundo o petista, recuperou 600 milhões de reais em desvios “de outras gestões”. Para Haddad, a Operação Lava Jato terá “entregue menos do que prometeu” se não atingir as cúpulas de PMDB e PSDB.

Após declarar 180 milhões de reais em patrimônio ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), João Doria Jr. disse não ser a favor de aumento de impostos aos mais ricos. “Os mais ricos já pagam impostos, geram empregos, recursos, impostos à prefeitura e ao Estado. Não é preciso mais impostos a mais ricos ou mais pobres”, desconversou o tucano.

Luiz Erundina se escorou em um discurso centrado na ética e, ao melhor estilo PSOL, investiu contra a “direita” para explicar como governaria a cidade sem maioria na Câmara municipal. “Para fazer maioria, precisaria fazer concessões éticas, e isso a direita faz melhor. Se eu sobrevivi com minoria na Câmara (durante seu mandato como prefeita), vamos fazer o mesmo”, disse Erundina, que rejeitou coligações pragmáticas em um possível segundo turno.

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Já Major Olímpio, fiel a seu estilo, provocou risos entre seus adversários ao responder que prefere “ser bancada da bala do que bancada da mala”.

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Em meio à crise econômica que castiga os cofres das cidades, as ex-petistas Luiza Erundina e Marta Suplicy criticaram a gestão de Dilma Rousseff no Palácio do Planalto e a herança de 12 milhões de desempregados legada ao governo de Michel Temer. Na esfera estadual, Fernando Haddad atacou a administração de Geraldo Alckmin (PSDB), sobretudo na segurança pública, em que reclama da falta de interlocução com o tucano.

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Atacada por Erundina por ter se filiado ao PMDB de Temer, cujo governo a candidata do PSOL descreveu como “machista”, Marta Suplicy disse esperar agora que o peemedebista, efetivado na presidência da República, “mude a composi��ão do ministério nos próximos dois anos”.

Embora pouco visado em mais um debate eleitoral, e tentando manter o tom de voz constante e baixo, Celso Russomanno não resistiu quando Major Olímpio o ironizou, dizendo que “era bonitinho dizer ‘tô com a Dilma” no Congresso em votações sobre pensões, seguro defeso e aposentadorias. Russomanno levantou a voz, colocou o dedo em riste, balançou as pernas sob o púlpito e retrucou: “Eu posso dizer que ajudo as pessoas. E você? O que que o senhor fez em benefício das pessoas nesses anos todos?”.

Confira todos os blocos do debate:

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