Datafolha mede a influência de Lula e Bolsonaro no berço do bolsonarismo
Candidatos demonstram poderes parecidos como cabos eleitorais no Rio de Janeiro, mas o atual presidente atrapalha mais que o petista

Além de mostrar o cenário empatado na eleição para governador do Rio de Janeiro, o Datafolha desta sexta-feira mediu a influência de Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) como cabos eleitorais no berço do bolsonarismo. Considerando a margem de erro de três pontos para mais ou para menos, o resultado expõe pesos parecidos para os dois figurões no terceiro maior colégio do país, mas o ex-presidente atrapalha menos seu apadrinhado que o atual mandatário.
Segundo a pesquisa, 21% dos eleitores do estado votariam com certeza no nome apoiado pelo petista – hoje Marcelo Freixo, do PSB -, 25% talvez votariam e 51% não votariam de jeito nenhum.
Já no caso de Bolsonaro, que apoia o atual governador, Cláudio Castro (PL), os resultados são 18%, 22% e 58%, respectivamente. Trata-se de um desempenho pior que o de Lula em números absolutos, mas parecidíssimo com o do adversário por causa da margem de erro – que pode aumentar ou diminuir cada percentual em três pontos.
Mesmo assim, a quantidade de fluminenses que não votariam de jeito nenhum no candidato bolsonarista pode ser uma pedra no sapato de Castro num eventual segundo turno. O governador tenta há tempos se vender como um político mais moderado, pouco afeito aos radicalismos do presidente. Seus opositores, no entanto, vão explorar a relação entre os dois durante a campanha.
Quem aparece como um cabo eleitoral mais tímido no estado é o prefeito da capital, Eduardo Paes (PSD). Somente 10% dos entrevistados votariam com certeza no candidato apoiado por ele, e 30% cogitariam votar – 55%, por sua vez, descartam totalmente a hipótese. O apadrinhado pelo carioca é o advogado Felipe Santa Cruz, também do PSD.
A pesquisa, que ouviu 1.218 eleitores no estado, está registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo RJ-00260/2022.