O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tem uma carta na manga para evitar que os discursos deste sábado, que devem invadir a madrugada, atrasem a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff na tarde de domingo. Regimentalmente, ele tem o poder de colocar em votação no plenário um requerimento, que pode ser feito à Mesa Diretora por qualquer parlamentar, para que a discussão se encerre depois de quatro oradores inscritos individualmente falarem da tribuna. Cada um tem três minutos. As sessões estão atrasando, principalmente, porque os líderes de partidos podem pedir a palavra a qualquer momento, em todas as sessões – e cada um fala de 3 a 10 minutos, de acordo com o tamanho da bancada. Cunha acredita que a medida não seja necessária, mas não a descarta. “Enquanto tiver condição de todos falarem nós vamos deixando. Vamos dosar de acordo com a vontade de todos. Muitos não vão estar presentes porque já falaram no tempo dos partidos e nas comunicações de liderança. Não há possibilidade de ter adiamento, a sessão de votação começará às 14 horas”, disse Cunha. A oposição já tem pronto um requerimento para encerrar a fase de debates. Catorze líderes oposicionistas se reuniram e também decidiram encurtar as falas individuais. (Felipe Frazão, de Brasília)