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Cunha fala em ‘manipulação’ para ligá-lo ao petrolão

Presidente da Câmara voltou a negar a autoria do requerimento que poderia indicar sua participação no esquema de corrupção

Por Da Redação
28 abr 2015, 20h45

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, voltou a negar a autoria do requerimento que poderia indicar sua participação no esquema de corrupção da Petrobras e abriu investigação contra o que chamou de “manipulação” da área de tecnologia da informação (TI) da Casa. “Estou determinando uma rigorosa investigação dentro da área de TI para verificar o que está acontecendo, pelas suspeitas que esse assunto está acarretando, suspeitas de qualquer tipo de manipulação”, disse.

A investigação vai apurar por que um computador de seu gabinete aparece nos registros da Câmara como sendo o local de origem de um pedido de investigação contra uma fornecedora da Petrobras, a Mitsui – a informação foi revelada nesta terça-feira em reportagem do jornal Folha de S. Paulo. A publicação apontou relação entre o registro e o documento de 2011 protocolado pela então deputada Solange Almeida (PMDB-RJ) e que, segundo o doleiro Alberto Youssef, delator na Operação Lava Jato, teria servido para pressionar a empresa a pagar propina.

Segundo Cunha, a data de autenticação do requerimento de Solange na Câmara é de 30 dias anteriores ao registro no qual o computador de seu gabinete aparece como local de autoria do texto. “A deputada Solange apresentou o requerimento no dia 11 de julho (de 2011) e o documento de Word é do dia 10 de agosto”, disse.

De acordo com o presidente da Câmara, no âmbito da comissão na qual o requerimento foi apresentado, era comum parlamentares da bancada do Rio de Janeiro compartilharem servidores de seus gabinetes. “Os cargos de assessoria da comissão eram compartilhados pelos deputados, tinha gente minha e dos outros deputados, e todos trabalhavam para todos. A funcionária que coloquei lá podia trabalhar para outro deputado, mas consultei ela, que não lembra de ter feito nada disso. Se ela trabalhou para outros deputados, poderia ter trabalhado do meu gabinete”, afirmou.

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O deputado disse estranhar o fato de que entre 500 documentos de Word na comissão, naquele período, apenas no citado pela reportagem da Folha de S. Paulo consta o autor na base do programa. No campo propriedade do documento, de acordo com imagem divulgada por ele, aparece como autor a inscrição “Dep. Eduardo Cunha”. “É estranho, e eu mandei verificar, nenhum dos 500 documentos tem o nome do parlamentar. Só o meu que tem. Os outros não têm”, comparou.

Cunha sugeriu que pode ter havido manipulação da área de TI contra ele após a determinação para que os servidores da informática cumprissem a carga horária de 40 horas semanais. “Estranhamente, na semana passada, determinei uma mudança na carga horária da área de TI. Essa mudança provocou uma revolta. O pessoal não estava cumprindo a carga horária e determinei o ponto eletrônico, a mudança da carga horária na quinta-feira e, de repente, 24 horas, 48 horas depois aparece um documento (suspeito). Então, essas coisas todas têm de ser investigadas”, considerou.

A “revolta” contra a imposição da carga horária levou à demissão do diretor da área de informática da Câmara, Luiz Antonio Souza de Eira. Ele foi exonerado nesta terça-feira, mas Cunha negou que tenha sido por causa da reportagem do jornal. “Demiti ele ontem porque a área de TI não está cumprindo a carga horária que a Casa inteira cumpre. Ele estava permitindo que os funcionários trabalhassem menos do que o conjunto da Casa e determinei que eles cumpram a mesma carga horária de todos os funcionários da Casa, que é de 40 horas semanais”, disse.

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CPI da Petrobras – A questão levou o deputado do PSOL, Ivan Valente, a pedir à CPI da Petrobras para colocar em votação pedido de sua autoria para convocar a deputada Solange a prestar esclarecimentos. Ele apresentou o requerimento de convocação no início de março, mas não foi pautado até agora.

Valente considera que o momento é propício para que a comissão chame a ex-deputada e hoje prefeita de Rio Bonito (RJ) para depor. Ele disse ainda que acha estranho o teor do requerimento, que fala em “especulação de denúncias” de “vários contratos” supostamente irregulares na Petrobras – além de citar em 2011 o agora conhecido representante da Construtora Camargo Corrêa no esquema, Júlio Camargo. Na época, disse Valente, não havia suspeita pública de denúncia de propina em obras da Petrobras e Camargo não era conhecido. “O parlamentar que faz um requerimento quer saber uma informação para fazer algum uso”, observou.

O presidente da Câmara disse que não se preocupa com a convocação de Solange pela CPI ou mesmo a dele, que está entre as autoridades que Valente quer que a Comissão ouça sob juramento. “Eu não tenho nenhuma preocupação com nada. O resto é com a CPI”, disse o peemedebista.

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(Com Estadão Conteúdo)

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