Afastado da presidência da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha criticou a decisão de seu sucessor, Waldir Maranhão (PP-MA), de acatar recurso do governo e anular a aprovação do processo de impeachment de Dilma Rousseff. Para Cunha, a iniciativa de Maranhão é “absurda, irresponsável, antirregimental e feita à revelia do corpo técnico da Casa, que já tinha manifestado a posição de negar conhecimento ao recurso”. A nota do peemedebista foi emitida após especulações de que ele havia orientado Maranhão a aceitar o recurso da Advocacia-Geral da União (AGU). O presidente interino esteve na residência oficial da Câmara na última sexta-feira. Parlamentares de oposição afirmam que Eduardo Cunha tem total interesse de manter o protagonismo e controle na ação contra Dilma, o que justificaria a decisão de seu aliado. Na nota, Cunha condenou as insinuações de sua participação no episódio. (Marcela Mattos, de Brasília)
Leia a íntegra:
A decisão do Presidente em exercício da Câmara dos Deputados é absurda, irresponsável, antirregimental e feita à revelia do corpo técnico da Casa, que já tinha manifestado a posição de negar conhecimento ao recurso (cópia em anexo), cuja assinatura eu iria apor na quinta-feira (05-05), data do meu afastamento.
A participação do Advogado Geral da União e do Governador do Maranhão na confecção da decisão mostra a interferência indevida na tentativa desesperada de evitar a consumação, pelo Supremo Tribunal Federal, da instauração do processo de impeachment da Presidente da República.
Condeno as insinuações de qualquer natureza publicadas por jornalistas inescrupulosos de qualquer participação minha no episódio.
EDUARDO CUNHA
Brasília, 09 de maio de 2016