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Cresce pressão por participação de Lula nas campanhas

Candidatos petistas em todo o país refazem agendas esperando contar com a presença do ex-presidente, que foi liberado pelos médicos nesta segunda-feira

Por Thais Arbex
7 ago 2012, 09h36

A notícia de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi liberado pelos médicos para entrar de vez na campanha eleitoral deste ano e participar de programas de TV, passeatas e até comícios fez crescer a pressão e a expectativa de candidatos por todo o país. Do Oiapoque (AP) ao Chuí (RS), petistas e aliados ainda esperam contar com a presença do ex-presidente para ver as campanhas decolarem.

Ansiosos pelo resultado dos exames aos quais Lula se submeteu nesta segunda-feira, no Hospital Sírio-Libânes, em São Paulo, os postulantes petistas a cadeiras de prefeitos começaram a refazer as agendas, agora com a participação de Lula, assim que souberam que o médico do ex-presidente, Roberto Kalil, afirmou que ele “está completamente liberado para uma vida normal”.

Um dos casos mais simbólicos é o de Fortaleza, onde o candidato do PT, Elmano de Freitas, tem apenas 3% das intenções de votos – segundo o Datafolha, o candidato do DEM, Moroni Torgan, lidera com 27%. Aposta da prefeita petista Luizianne Lins, a candidatura de Elmano, ex-secretário municipal de Educação, sofreu resistência dentro do próprio partido e, até agora, nem Lula nem a presidente Dilma Rousseff, mostraram que estão dispostos a participar mais ativamente da campanha.

Na semana passada, Luizianne desembarcou em São Paulo ao lado do candidato para cobrar a participação de Lula na eleição de Fortaleza. Embora diga que o ex-presidente tenha lhe garantido que não só aparecerá nos programas eleitorais, como também estará na rua ao seu lado, o ex-secretário prefere ter cautela ao falar da possível data da entrada do ex-presidente na campanha. “Agora, temos que conversar com Lula e com a direção para definir as datas”, disse. “Pode ser até mais fácil se coincidirem outras agendas dele em cidades próximas”.

Elmano de Freitas foi um dos cerca de 120 candidatos a prefeito do PT e de partidos aliados de cidades com mais de 150.000 eleitores que se reuniram com Lula na semana passada em um hotel na Zona Sul de São Paulo. O evento foi organizado para preencher o material de campanha desses candidatos com a imagem do ex-presidente.

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Sem traquejo político, o ex-secretário já havia estado na capital paulista dias antes para um intenso dia de treinamento com a ex-diretora da Globo, Olga Curado, que treinou em 2010 a então candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff. Com um método que mistura princípios do aikido (arte marcial japonesa), da terapia gestalt, do budismo, da meditação e do jornalismo, Olga treina os candidatos para, principalmente, estarem bem diante das câmeras.

A primeira carreata – Estagnado na casa de um dígito nas pesquisas eleitorais, um dos mais “ansiosos” – como ele mesmo disse – pelas boas notícias era Fernando Haddad, candidato à sucessão do prefeito Gilberto Kassab. “Aguardávamos ansiosamente por essa notícia, em primeiro lugar por querermos o bem dele”, disse Haddad. “Estávamos rezando para que esse dia chegasse. Esperávamos que ele pudesse estar plenamente apto a participar da vida política”.

Afilhado político de Lula, Haddad terá o privilégio de ser o primeiro a contar com a presença do ex-presidente após a liberação dos médicos. Na quarta-feira, Lula gravará para o programa eleitoral do ex-ministro da Educação. Há a expectativa de que, no próximo fim de semana, o ex-presidente faça a primeira carreata desta eleição ao lado de Haddad.

Orientado até então pelos médicos a evitar viagens longas, Lula, que mora em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, estava concentrando sua presença na campanha do afilhado à prefeitura de São Paulo e nas cidades da Grande São Paulo. Embora liberado, os médicos pediram que Lula tenha “bom senso” e não abuse da condição física, principalmente da voz. O inchaço na garganta, decorrente da radioterapia, ainda deve demorar de dois a três meses para passar. Por isso, inevitavelmente, o ex-presidente centrará forças em algumas cidades.

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Nas capitais Recife e Belo Horizonte, que estão na lista de prioridades de Lula, o PT estuda a melhor forma de participação do ex-presidente sem que haja prejuízos a sua saúde. Depois do resultado dos exames, o senador Humberto Costa, candidato na capital pernambucana, e o ex-ministro Patrus Ananias, candidato em Minas Gerais, dão como certa a presença mais ativa do ex-presidente, que também deve desembarcar em Campinas, no interior de São Paulo, onde a candidatura de Márcio Porchmann foi sua escolha pessoal. Outra capital na rota de Lula é Salvador, onde a disputa é contra ACM Neto, do DEM.

Dilma na eleição – Em Belo Horizonte, o PT ainda espera contar com a participação de Dilma Rousseff. A candidatura de Patrus foi orquestrada pela presidente depois que PT e PSB romperam a histórica aliança, antecipando o provável embate de 2014 entre Dilma e o senador tucano Aécio Neves.

Nesta segunda-feira, a presidente se reuniu por quase quatro horas com Lula, no escritório da presidência em São Paulo, para tratar das eleições em todo o país. Os petistas de Minas acreditam que da conversa tenha saído a definição do papel que cada um dos dois terá na campanha em Belo Horizonte, a única que, por enquanto, deve contar com a presença de Dilma.

Mantendo-se distante da eleição nas cidades em que o PT disputa com partidos da base aliada, a presidente deve adiar ao máximo a participação em São Paulo, onde o deputado Gabriel Chalita (PMDB) e o ex-deputado Celso Russomano (PRB) são de partidos que compõe a bancada governista.

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