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CPMI ouve Allan dos Santos, blogueiro acusado de liderar rede de fake news

Seguidor do escritor Olavo de Carvalho, criador do site ‘Terça Livre’ ganhou destaque na eleição de 2018, quando passou a atuar próximo à família Bolsonaro

Por Da Redação Atualizado em 5 nov 2019, 11h14 - Publicado em 5 nov 2019, 10h50

Nesta terça-feira, 5, o blogueiro Allan dos Santos será ouvido pela Comissão Parlamentar Mista de Inquéritos (CPMI) das Fake News, a partir das 13h, no Congresso Nacional. O depoimento de um dos criadores do portal Terça Livre é um dos mais aguardados desta primeira fase de oitivas do colegiado porque ele é considerado um dos líderes de um esquema de divulgação de notícias falsas e de ataques a adversários do presidente Jair Bolsonaro estimulado pelo próprio Palácio do Planalto.

Criado em 2014, o Terça Livre ganhou destaque nas eleições de 2018, quando, durante a campanha, o blogueiro passou a atuar próximo à família Bolsonaro. Idealizador do site, Allan dos Santos é um fiel seguidor de Olavo de Carvalho, escritor considerado guru do bolsonarismo, e visto como uma espécie de herói por protagonizar embates com veículos da imprensa. Como mostrou o blog VEJA Gente, na posse do presidente, Allan e outros blogueiros identificados como “mídia alternativa” tinham credencial especial para circular livremente pelos palácios de Brasília.

No Twitter, a hashtag #SomosTodosAllan é o assunto mais comentado na manhã desta terça-feira, com mais de 21 mil tuítes. Em seu perfil, Allan dos Santos afirmou que é com o “apoio de inúmeros homens e mulheres patriotas” que o portal Terça Livre se tornou “o maior canal conservador de informação e cultura da América Latina”. Em uma outra publicação, Allan afirma que “a melhor defesa é o ataque”. O blogueiro também está retuitando mensagens de apoio enviadas por seus seguidores.

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Nos últimos dias, Allan dos Santos e seus seguidores intensificaram os ataques à TV Globo, após uma reportagem do Jornal Nacional revelar uma menção ao nome de Jair Bolsonaro no inquérito sobre o caso da morte de Marielle Franco. A menção é originária do depoimento do porteiro do condomínio Vivendas da Barra, onde vive Bolsonaro, que alegou ter conversado com ele para liberar a entrada no local do ex-PM Élcio Queiroz, um dos envolvidos no assassinato da vereadora horas antes do crime – em vez de se dirigir à casa do presidente, ele foi até a residência do PM reformado Ronnie, também considerado um dos autores do assassinato da vereadora e de seu motorista, Anderson Franco.

O requerimento de convocação aprovado é de autoria do deputado federal Rui Falcão (PT-SP). O petista alega que Allan dos Santos é “um dos mais conhecidos propagadores de fake news na internet”, cuja atuação tem sido “questionada desde a sua fundação, em 2014, por conta de inúmeras notícias falsas veiculadas por essa página. Também ficou conhecido por atuar
durante a campanha eleitoral de 2018 próximo ao então candidato Bolsonaro e seus filhos”, diz o documento.

Em outro trecho, Rui Falcão afirma que, segundo a imprensa, a principal característica da atuação de Allan dos Santos é a “extrema hostilidade” contra seus adversários. Falcão diz também que, “de acordo com várias notícias, ele está morando em uma mansão localizada numa área nobre de Brasília, utilizada como sede da milícia virtual”.

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Em depoimento prestado na semana passada, o deputado federal Alexandre Frota (SP), ex-PSL e ex-aliado de Bolsonaro e hoje no PSDB, acusou Allan dos Santos e Olavo de Carvalho de comandarem uma rede virtual de propagadores de notícias falsas e de incentivar seus seguidores a promoverem ataques aos adversários.

No depoimento, ele também questionou o rápido enriquecimento de Allan após ter se aproximado da família Bolsonaro. “Até um tempo atrás ele não tinha onde cair morto, hoje está em uma mansão em Brasília, com um carro alugado, um tal de um Corolla, um carro de luxo. Ele, inclusive, anda aqui dentro da Câmara credenciado, ao lado do presidente, como se fosse um assessor de comunicação”, afirmou durante o depoimento.

 

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