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CPIs retomam trabalhos. Mas em ritmo de Copa do Mundo

Deputados e senadores interrompem folga para comparecer ao Congresso, mas as investigações não devem avançar. Planalto já acionou tropa de choque

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 18 jun 2014, 10h09

Com o Congresso Nacional paralisado desde a semana passada por causa da Copa do Mundo, deputados e senadores farão uma pausa na folga improvisada para, nesta quarta-feira, dar andamento aos trabalhos das duas CPIs da Petrobras – o que não significa, necessariamente, trabalho produtivo. A primeira comissão, exclusiva do Senado e mantida sob total controle do governo, aproveitará o esvaziamento da Casa para ouvir um personagem secundário nas apurações. Já o colegiado misto, composto também por parlamentares de oposição, sequer terá audiências: concentrará o esforço na votação de requerimentos – e deve enfrentar uma dura blindagem do governo.

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Na nona sessão desde que foi instalada, a CPI composta por senadores aliados ao Planalto deve ouvir, nesta manhã, o gerente de Engenharia de Custos da Petrobras, Alexandre Rabello. Nos bastidores, a avaliação é de que a partir de agora a tendência do colegiado seja priorizar a audiência com executivos da estatal – potenciais defensores dos negócios firmados pela empresa, além de servirem como uma manobra de ganhar tempo. Nesta quarta, Rabello falará sobre as obras da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, alvo de investigação do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Polícia Federal por indícios de superfaturamento.

Em dois meses, a comissão de inquérito ouviu o ex-presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, a atual presidente, Graça Foster, o ex-diretor da Área Internacional Nestor Cerveró, e o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, além de outros três executivos. Nos encontros, os depoentes encontraram o mesmo ambiente amistoso e com questionamentos inócuos para o avanço das investigações. Com o recesso e as eleições à vista, a tendência é que esse cenário se mantenha.

Na CPI com oposicionistas, o objetivo será convocar o ministro da Fazenda, Guido Mantega, atual presidente do Conselho de Administração da Petrobras. “Superfaturamento e Petrobras caminham lado a lado, podendo-se, claramente, perceber que os problemas da Petrobras estão se tornando uma bola de neve e, por consequência, o dinheiro dos contribuintes está ‘jorrando’ dos cofres públicos, causando prejuízos bilionários”, diz o documento que pede a audiência com Mantega, assinado pela liderança do Solidariedade.

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Os outros 378 requerimentos na pauta de votação pedem ainda a audiência com o juiz Sérgio Moro, que cuida do caso no Paraná, além de informações a órgãos como o TCU e a própria Petrobras, e a quebra de sigilos bancário, fiscal e telefônico de personagens centrais do esquema, como o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, considerado o mentor de esquema bilionário de lavagem de dinheiro desarticulado pela operação Lava-Jato da Polícia Federal. Na última semana, a justiça paranaense autorizou que comissão tenha acesso aos documentos e provas colhidos pela PF.

O governo já acionou a sua “tropa de choque” para comparecer à sessão e evitar que a falta de quorum permita a aprovação de requerimentos que municiem a oposição. “Não há nenhum argumento para não aprovar qualquer um dos itens que estão na pauta. Se os governistas agirem nesta direção, vão dar as provas mais contundentes de que estão contrários à apuração”, afirma o deputado Izalci (PSDB-DF). “Todos estarão imbuídos por um só propósito, que é aprovar esses requerimentos. Quem for contra estará acobertando um esquema fraudulento”, completou o líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR).

O esquema de corrupção dentro da Petrobras está sendo investigado pela Polícia Federal. De acordo com as informações preliminares, o doleiro Alberto Youssef usou sua estreita relação com empresários e políticos para firmar contratos com a estatal. Somente na última sexta-feira, a Petrobras cancelou o contrato de mais de 443 milhões de reais com a Ecoglobal, empresa de Youssef, que está preso há três meses acusado de ser o pivô do esquema.

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