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Reverendo diz que menção a autoridade em mensagem era ‘bravata’

Amilton Gomes de Paula, que intermediou negociação suspeita de vacinas com o governo, escreveu a Dominguetti que havia conversado 'com quem manda'

Por Da Redação
Atualizado em 3 ago 2021, 18h48 - Publicado em 3 ago 2021, 10h04

A CPI da Pandemia retomou os trabalhos nesta terça-feira, 3, com o depoimento do reverendo Amilton Gomes de Paula, apontado por representantes da Davati Medical Supply como um “intermediador” entre o governo federal e empresas que ofertavam vacinas contra a Covid-19.

O reverendo é presidente de uma entidade privada chamada Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah) e recebeu em fevereiro autorização do Ministério da Saúde para negociar 400 milhões de doses de imunizantes da AstraZeneca.

Mensagens obtidas pela CPI no celular do cabo da Polícia Militar Luiz Paulo Dominguetti mostram, como revelou a coluna RADAR, que o reverendo era visto pelos integrantes do grupo de supostos vendedores de vacina como alguém com acesso direto ao presidente Jair Bolsonaro.

Além de ter supostamente se reunido com o presidente no Planalto, ele teria mantido contatos com a primeira-dama Michelle Bolsonaro para mediar seu acesso ao gabinete mais importante da República.

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O depoimento

O reverendo afirmou que o trabalho de sua ONG, Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), é “humanitário” e que ele não negociava vacinas, mas abriu “conversações” depois de receber informações de Luiz Paulo Dominguetti sobre as doses que a Davati buscava ofertar.

Amilton disse que enviou email sobre a proposta de Dominguetti à Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, para marcar reunião no dia 22 de fevereiro, às 16h30, com vistas à “apresentação e possível negociação da vacina AstraZeneca”. Os senadores ironizaram a rapidez com que o ministério respondeu à mensagem do reverendo, em comparação com os atrasos nas negociações com grandes laboratórios.

Questionado pelos integrantes da CPI, Amilton negou conhecer agentes públicos dentro da pasta que tenham facilitado sua articulação. O reverendo disse desconhecer qualquer proposta de propina, conforme relatado por Dominguetti, e que a Davati havia garantido que tinha as doses ofertadas. “Entendemos que fomos usados de maneira ardilosa”, disse ele sobre a postura da empresa.

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Sobre possíveis acordos com a Davati por seu papel na negociação, Amilton negou qualquer acerto, mas admitiu que o representante da empresa, Cristiano Carvalho, falou em “doação” à sua ONG, sem especificar valores.

Confrontado com uma mensagem para Dominguetti em que dizia que havia conversado “com quem manda”, o reverendo se limitou a afirmar: “Foi uma bravata”.

O REQUERIMENTO

A convocação de Amilton atende pedido do vice-presidente do colegiado, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). O depoimento do religioso estava marcado anteriormente para o dia 14 de julho, mas foi adiado por questões de saúde de Amilton de Paula. Ele apresentou um atestado médico alegando problemas renais, o que foi confirmado por perícia médica do Senado.

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Recuperado, Amilton comparece ao Senado munido de um habeas corpus concedido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, que autorizou o silêncio parcial de Amilton Gomes de Paula. O depoente não precisa responder questionamentos que possam incriminá-lo. Fux negou o pedido apresentado pela defesa de Amilton de não comparecer ou se retirar da sessão.

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