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CPI de Brumadinho vai pedir indiciamento de 22 por homicídio doloso

Texto também deve acusar a empresa alemã Tüv Süd por crime socioambiental e corrupção empresarial

Por Estadão Conteúdo 28 out 2019, 22h48

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o desastre em Brumadinho (MG) se reúne nesta terça-feira, 29, para apresentação e discussão do parecer do relator, deputado Rogério Correia (PT-MG). O texto vai pedir o indiciamento da Vale do Rio Doce e da empresa alemã Tüv Süd por crime socioambiental e corrupção empresarial.

“Eles agiram em conluio e esconderam dados do governo”, disse Correia. “Além de crime ambiental, vão ser indiciados diretores, inclusive por homicídio doloso”, afirmou. O relatório pede o indiciamento por homicídio doloso e lesão corporal dolosa de 22 diretores da Vale, engenheiros e terceirizados, entre eles o ex-presidente da mineradora, Fabio Schvartsman.

Em 25 de janeiro deste ano, uma barragem da Vale em Brumadinho (MG) se rompeu, matando centenas de pessoas e deixando dezenas desaparecidas. O reservatório já estava inativo, segundo a Vale, mas continha 12,7 milhões de metros cúbicos de rejeito de mineração, que atingiu funcionários e moradores da região. O último corpo encontrado, no dia 19 deste mês, elevou para 252 o número de mortes. Outras 19 pessoas seguem desaparecidas.

Segundo o relator Correia, ele também fará a denuncia de outras 20 barragens que estão com risco de rompimento, todas em Minas Gerais.

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Na última segunda-feira, 21, o relator e o presidente do colegiado, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), estiveram em Berlim (Alemanha) para entregar documentos e dados técnicos a autoridades alemãs para auxiliar na apuração e punição dos responsáveis pelo rompimento da barragem.

Em setembro, a Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, que apura o rompimento da barragem, pediu o indiciamento do presidente da Vale por homicídio com dolo eventual. Correia disse que reuniu em seu relatório o trabalho desta e de outras comissões que foram feitas para investigar o rompimento.

“Fizemos um trabalho muito conjunto, tivemos a colaboração. Tínhamos muitas peças”, disse. Ele espera que o relatório seja aprovado nesta terça-feira, mas disse que já há outra data reservada para votação, no dia 5, caso seja feito algum pedido de vista. A reunião está prevista para as 14h30.

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