CPI da Petrobras: empresa rechaça elo com lobista
Ouvido pela CPI da Petobras, Shinji Tsuchiya afirmou que não havia contrato entre o lobista e a empresa, mas não comentou acusações de Youssef
O presidente da Mistsui no Brasil, Shinji Tsuchiya, disse nesta quarta-feira à CPI da Petrobras que o lobista Júlio Camargo nunca teve um contrato com a companhia, nem recebeu qualquer recurso da empresa. Ele não foi assertivo, entretanto, sobre o papel exercido por Camargo em nome da Mitsui.
“Não há nenhum contrato entre a Mitsui e o senhor Júlio Camargo, e portanto a Mitsui entende que o senhor Júlio Camargo não representava a Mitsui”, disse ele aos parlamentares. Tsuchiya não comentou as afirmações do doleiro Alberto Youssef, que contou aos investigadores ter negociado propina da Mistui com Camargo. O presidente disse que preferia não se pronunciar sobre declarações de terceiros.
De acordo com o próprio representante da Mitsui, Júlio Camargo era representante da Samsung – que fazia parte de um consórcio que tinha a Mitsui como parceira, com o objetivo de construir navios-sonda.
Shinji Tsuchiya também disse desconhecer qualquer ato de corrupção envolvendo representantes de sua empresa e a Petrobras: “De acordo com o meu conhecimento, nunca houve qualquer ato de corrupção da empresa ou de seus funcionários”, afirmou.
O executivo disse ainda não ter tomado providências para investigar as suspeitas que pairam sobre a companhia, já que não considera que a Mitsui está envolvida no esquema do petrolão. Shinji Tsuchiya assumiu o cargo em maio de 2015. O depoimento dele à CPI, que segue em andamento, é prestado em japonês, com o auxílio de um intérprete.