Sócio da Precisa fica em silêncio sobre o caso Covaxin na CPI
Francisco Maximiano usou habeas corpus concedido pelo STF para não responder as perguntas dos senadores sobre as negociações da vacina indiana
Após quatro adiamentos, a CPI da Pandemia ouviu nesta quinta-feira, 19, o dono da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano. A empresa representou no Brasil o laboratório indiano Bharat Biotech, que fabrica a vacina Covaxin, e estaria envolvida em irregularidades no processo de compras do imunizante pelo Ministério da Saúde.
Maximiano usou o habeas corpus concedido pelo STF para ficar em silêncio durante a maior parte de seu depoimento, evitando responder as questões dos senadores sobre os detalhes das negociações da vacina indiana.
O tema da Covaxin entrou na mira da comissão depois que o servidor Luiz Ricardo Miranda denunciou que estava sendo pressionado para acelerar a compra. Luiz Ricardo é irmão do deputado Federal Luiz Miranda (DEM-DF), e ambos já depuseram à CPI. Na ocasião, os irmãos disseram ter avisado ao presidente Jair Bolsonaro, sobre a suspeita de corrupção e fraude na contratação.
A vacina estava sendo negociada ao preço de 15 dólares a dose, e o contrato previa a aquisição de 20 milhões de unidades, num total aproximado de 1,6 bilhão de reais, com a conversão da época. Depois que as suspeitas tornaram-se públicas por meio da comissão, o contrato foi cancelado pelo Ministério da Saúde, e a Bharat Biotech, rompeu com a Precisa em julho.
O requerimento para a oitiva desta quinta-feira partiu do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que diz ser imprescindível esclarecer os exatos termos das tratativas entre a Precisa Medicamentos e o governo federal para aquisição da Covaxin.
A audiência com Maximiano foi adiada por quatro vezes. A primeira em 23 de junho, quando sua defesa alegou que ele estava em quarentena, após retornar da Índia. A segunda em 1º de julho, após ele conseguir um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) concedendo-lhe o direito de ficar em silêncio para não se incriminar.
O terceiro adiamento ocorreu em 14 de julho, quando o empresário seria ouvido junto com a diretora-técnica da empresa, Emanuela Medrades. Devido ao tempo, a cúpula da CPI decidiu que não seria possível ouvir os dois no mesmo dia. A quarta data era 4 de agosto, mas outra vez Maximiano pediu a mudança porque estava na Índia.
(Com Agência Senado)