A comissão do impeachment levou à Câmara nesta sexta-feira 116 deputados dispostos a se pronunciar, contra e a favor, o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Os debates começaram pouco depois das 15h e prometem se arrastar até a madrugada de sábado para garantir a fala de representantes de todos os partidos na Casa. A debandada de uma ala da legenda, no entanto, chamou atenção no colegiado. Cotado para ser um dos principais beneficiados do “feirão” organizado pelo governo para minar o impeachment da presidente, o PP teve apenas quatro inscritos para se manifestar, entre os dez membros no colegiado e os 47 deputados na bancada. Os que se inscrevem para tomar os microfones – Júlio Lopes (RJ), Jerônimo Goergen (RS), Luiz Carlos Heinze (RS) e Paulo Maluf (SP) – são nomes já conhecidos da ala que quer o afastamento de Dilma e luta pelo rompimento da aliança do partido com o governo. Já entre os demais, o silêncio é visto como estratégico: são tidos como aqueles que tendem a ceder às negociatas tratadas no balcão de negócios instalado no Palácio do Planalto, que chegou a ofertar o Ministério da Saúde à legenda. “Existem negociações para que alguns deputados se ausentem, é claro. Fica implícito que quem não está aqui é porque apoia o governo. Não é da natureza política não estar em um debate dessa importância, ainda que sejam contrários ou favoráveis. Mas tinham de estar aqui”, disse Júlio Lopes ao site de VEJA. Nesta semana, o PP decidiu continuar caminhando ao lado do Planalto até o fim do processo de impeachment. (Marcela Mattos e Felipe Frazão, de Brasília)