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Corrupção atinge ‘funcionários da Petrobras’, diz Dilma em diplomação

'Temos que punir as pessoas, não destruir as empresas', declarou a presidente reeleita, que tentou se apropriar das investigações da Operação Lava Jato

Por Gabriel Castro, de Brasília
Atualizado em 22 jul 2020, 09h37 - Publicado em 18 dez 2014, 21h38

A presidente Dilma Roussseff e o vice Michel Temer receberam nesta quinta-feira o diploma da Justiça Eleitoral que lhes garante a posse no segundo mandato. A cerimônia foi realizada na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília. O discurso da presidente foi marcado por referências ao escândalo na Petrobras. Acuada pelas denúncias graves, Dilma tratou do caso como se não tivesse qualquer responsabilidade sobre a corrupção na estatal. Ela também tentou se apropriar das investigações conduzidas pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal.

“Alguns funcionários da Petrobras, empresa que tem sido e vai continuar sendo o nosso ícone de eficiência, brasilidade e superação, foram atingidos no processo de combate à corrupção. Estamos enfrentando essa situação com destemor e vamos converter a renovação da Petrobras em energia transformadora do nosso país”, afirmou. “Temos que punir as pessoas, não destruir as empresas. Temos que saber punir o crime, não prejudicar o país ou sua economia”, prosseguiu.

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Dilma atribuiu a corrupção ao patrimonialismo que, historicamente, contaminou a política brasileira. E pediu um pacto de toda a sociedade para a construção de um “compromisso duradouro” contra o desvio de recursos públicos. Mais uma vez agindo como se não tivesse responsabilidade direta em resolver o problema, ela afirmou que a mudança precisa nascer primeiro fora do governo. “É preciso uma nova consciência, uma nova cultura, fundada em valores éticos profundos. Ela tem que nascer dentro da cada lar, dentro de cada escola, dentro da alma de cada cidadão e ir ganhando de forma absoluta as instituições”.

Adotando um tom parecido com o que usou durante as eleições, a presidente disse que a corrupção não pode ser usada para “caça às bruxas”: “Não vão ser o emocionalismo nem tampouco a caça às bruxas que vão fazer isso, muito menos a complacência, a ingenuidade ou o conformismo”.

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Dilma também defendeu as investigações sobre os crimes cometidos durante a ditadura, em uma referência à Comissão da Verdade, mas insinuou novamente ser contrária à revisão da Lei da Anistia para punir responsáveis por abusos durante o regime militar. “Não podemos deixar que a denúncia de crimes do passado traga conflitos anacrônicos no presente”.

A presidente também prometeu apresentar no seu discurso de posse “o detalhamento das medidas” que tomará para buscar o desenvolvimento econômico e social do país. Disse, entretanto, que “o crescimento vai se acelerar mais rápido do que alguns imaginam”. Sem dar pistas sobre decisões concretas, Dilma afirmou em seu discurso que vai se manter coerente com seus princípios, mas também deixou espaço para guinadas: “Saber vencer é não ter medo de mudar a si próprio, mesmo que isso lhe cause algum desconforto”.

Diploma – Dilma e Temer receberam o diploma das mãos do presidente da Corte, o ministro Dias Toffoli. A posse dos dois acontecerá no dia 1º de janeiro. Durante a cerimônia, Toffoli afirmou que não haverá “terceiro turno” e deu uma garantia de que o mandato de Dilma não corre qualquer risco na Justiça Eleitoral. “É uma página virada. Não haverá terceiro turno na Justiça Eleitoral. Que os especuladores se calem. Já conversei com a Corte, e é esta a posição inclusive do nosso corregedor-geral eleitoral. Não há espaço para terceiro turno que possa vir a cassar o voto destes 54,5 milhões de eleitores”, declarou.

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve na cerimônia, assim como os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski. Dilma venceu a eleição presidencial no segundo turno, realizado no último dia 26 de outubro. Ela teve 54,5 milhões dos votos, com uma vantagem de aproximadamente 3 milhões de eleitores sobre Aécio Neves.

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