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Correção de rumo

A escolha de Joaquim Levy para a presidência do ­BNDES honra a promessa de Jair Bolsonaro de fugir das indicações políticas no alto escalão do governo

Por Redação
16 nov 2018, 07h00

O leitor mais jovem pode ter certo ranço do BNDES, dado o papel central do banco na política de criação dos campeões nacionais idealizada nos governos de Lula e Dilma Rousseff. Entre os maiores beneficiários dos empréstimos subsidiados estavam o empresário do ramo do petróleo Eike Batista, o empreiteiro Marcelo Odebrecht e os irmãos Batista, da JBS Friboi, todos enrolados nas investigações da Lava-Jato e com passagem pela prisão. Também causam rejeição os empréstimos pouco transparentes da instituição a países amigos do antigo governo — Venezuela, Cuba e Moçambique devem, juntos, 1,8 bilhão de reais em pagamentos atrasados.

Em sua origem, no entanto, o órgão nada tinha a ver com o uso político a que foi submetido recentemente. Criado em 1952 pelo governo de Getúlio Vargas, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (o S, de Social, só foi acrescentado em 1982) destinava-se a impulsionar a industrialização no país e contou entre seus fundadores com o economista Roberto Campos, tido como o pai do liberalismo econômico no Brasil. Seu primeiro financiamento permitiu a interligação de Rio, São Paulo e Belo Horizonte por estradas de ferro. Já nos anos 1990, o banco foi o alicerce dos programas de privatização que ­modernizaram a infraestrutura nacional.

A escolha de Joaquim Levy para a presidência do ­BNDES foi acertadamente recebida com entusiasmo pelo mercado financeiro e empresariado. Parte do entorno de Bolsonaro levantou as sobrancelhas pelo fato de Levy ter integrado as equipes econômicas da ex-presidente Dilma Rousseff e do ex-governador fluminense Sérgio Cabral, mas a crítica é pueril. Trata-se de um nome técnico — o que honra a promessa de Bolsonaro de fugir das indicações políticas no alto escalão — com currículo acadêmico e profissional invejável. A Levy não se atribui responsabilidade pelos malfeitos dos governos dos quais fez parte. Na verdade, sua experiência nos salões de Brasília é um ativo raro na equipe econômica liderada por Paulo Guedes, e aumenta o otimismo de economistas com o futuro governo Bolsonaro.

Se continua a haver certo pé atrás de parcela dos atores do PIB quanto às credenciais liberais do futuro presidente, dado o histórico estatizante e corporativista em seus 27 anos como deputado federal, a nomeação de Levy é uma notícia alvissareira.

Publicado em VEJA de 21 de novembro de 2018, edição nº 2609

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