Conselho de Ética da Câmara do Rio envia a cassação de Jairinho a plenário
Por unanimidade, vereadores da comissão acataram afastamento do parlamentar; parecer do relator Luiz Ramos Filho vai a votação na quarta
O parecer do relator do processo de cassação do vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (sem partido) foi aceito, por 7 votos a zero, pelos membros do Conselho de Ética da Câmara do Rio de Janeiro na manhã desta segunda-feira, 28. Agora, o texto vai ser encaminhado a plenário já na quarta, 30.
Para ser afastado definitivamente, o relatório de Luiz Ramos Filho (PMN) precisa de dois terços dos votos dos parlamentares, ou seja, ao menos 34 votos. Caso seja aceito pela maioria, Jairinho será o primeiro vereador a perder as funções legislativas na Casa. O político é réu por homicídio triplamente qualificado e tortura do enteado Henry Borel, de 4 anos, ocorrido na madrugada de 8 de março no apartamento em que eles e a mãe do menino, Monique Medeiros, moravam, na Barra da Tijuca (Zona Oeste do Rio). Ela também está presa sob acusação da morte e da tortura do menino.
O documento teve como base o inquérito policial que investigou o assassinato da criança. Filho considerou que houve quebra de decoro parlamentar por parte de Jairinho por meio das tentativas de tráfico de influência quando ele tentou ligar para o governador Cláudio Castro (PL) e para um executivo do hospital Barra D´Or, no qual a criança já chegou morta para ser atendida. Segundo as investigações, esses contatos foram feitos na tentativa de impedir a exumação do corpo e, também, interferir na averiguação policial. A defesa do parlamentar, que entregou seus argumentos na noite da última sexta, disse que houve cerceamento ao seu trabalho no curso do processo na Câmara dos Vereadores, o que foi negado pelos membros do Conselho de Ética.
Nos bastidores da Casa, vereadores apostam que o relatório deve ser aprovado por unanimidade no plenário na próxima quarta. Na sessão, a defesa do político terá direito a duas horas de manifestação antes do início da votação. Vereadores também poderão se manifestar na tribuna. Jairinho teve seu salário suspenso assim que foi preso um mês após o crime, em 8 de abril. Seu gabinete foi desfeito no mês seguinte. Ele está em sua 5ª legislatura consecutiva.