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Confissões de um propinólatra

A confissão de Cabral, preso desde 2016, talvez tenha muito mais a ver com a esperança de redução de pena do que com paz de consciência

Por Fernanda Thedim
Atualizado em 1 mar 2019, 07h00 - Publicado em 1 mar 2019, 07h00

Nada como um dia depois do outro, especialmente quando se tem 197 anos de cadeia nas costas. Depois de negar ter lidado com qualquer tipo de dinheiro ilícito que não fosse caixa dois, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral resolveu abrir o coração e confessar que sim, aceitou propina para fins pessoais — e muita propina. “Esse foi meu erro de postura: apego a poder, dinheiro. É um vício”, admitiu, contrito. Mais magro e menos sorridente do que na época em que posava para fotos com guardanapo na cabeça em Paris, Cabral saiu na terça-feira 26 do Presídio de Bangu, no porta-malas de um carro de polícia, para depor ao juiz Marcelo Bretas, encarregado do braço carioca da Lava-Jato. Explicou que seu propinoduto (“X%, 2%, 3% da obra”, disse) envolvia várias áreas do governo. No caso da Saúde, uma das mais afetadas, lamentou: “Atendemos milhões de pessoas. Poderíamos ter atendido mais”. As comissões eram repartidas com o ex-secretário de Saúde Sérgio Côrtes, com Régis Fichtner, da Casa Civil, e com Luiz Fernando Pezão, seu vice — todos devidamente presos. Cabral também assumiu que eram para seu uso pessoal, e não para campanhas, os 100 milhões de dólares que dois doleiros delatores disseram ter depositado para ele em contas no exterior. A confissão de Cabral, preso desde 2016, talvez tenha muito mais a ver com a esperança de redução de pena do que com paz de consciência, mas o ex-governador insiste: “Hoje, sou um homem muito mais aliviado”.

Publicado em VEJA de 6 de março de 2019, edição nº 2624

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