A presidente Dilma Rousseff retirou da lista de prioridades do governo a compra de caças para a renovação da frota da Força Aérea Brasileira (FAB). De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, Dilma já falou com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, a respeito do assunto e o advertiu de que vai analisar melhor todas as propostas e ofertas.
A escolha de novos caças para substituir a frota atual da FAB, que especialistas classificam de obsoleta, vem se arrastando desde o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que, no último ano de seu mandato, em 2002, decidiu deixar a decisão sobre a compra para o ex-presidente Lula, seu sucessor.
Inicialmente, Lula cancelou o projeto, então conhecido como F-X, mas em maio de 2008 foi criado o projeto F-X2 e, em novembro do mesmo ano, selecionados como finalistas o caça francês Rafale, o Gripen NG, da sueca Saab, e o F-18 Super Hornet, fabricado pela americana Boeing.
Ao assumir o cargo, Dilma decidiu adiar a escolha do fornecedor de jatos de combate e reiniciar “do zero” o processo de avaliação das aeronaves. A presidente não teria preferência por nenhum dos fornecedores – ao contrário de seu antecessor, que declarou abertamente preferir os caças franceses. O Rafale é apontado por especialistas como a opção mais cara entre os três concorrentes. A renovação da frota da FAB é um negócio avaliado em 5 bilhões de euros.
“Não vamos começar da estaca zero porque senão seria começar o processo todo de novo e não é isso”, afirmou na segunda-feira o ministro Jobim. Segundo ele, a intenção é tomar uma decisão sobre esse tema em seis meses. Todo o processo elaborado durante o governo Lula considerava o modelo francês Rafale o preferido pelo Brasil.
Segundo o jornal, Dilma já tem em mãos o relatório preparado pelo Ministério da Defesa que aponta o Rafale como o único modelo capaz de seguir efetivamente as regras estabelecidas pela Estratégia Nacional de Defesa. A prioridade é a transferência de tecnologia. A presidente, porém, não teve tempo de se debruçar sobre o assunto porque outros problemas, como a tragédia das chuvas no Rio de Janeiro, atropelaram sua agenda.