O diretor de Relações Institucionais da construtora Norberto Odebrecht, Alexandrino Alencar, comunicou na noite desta segunda-feira seu afastamento definitivo dos quadros da empreiteira. No ofício encaminhado à companhia, Alencar diz que precisa se dedicar exclusivamente à sua defesa, mas nos bastidores o desligamento da Odebrecht serve como argumento para que sua prisão temporária, cujo prazo vence nesta terça, não precise ser prorrogada, já que, segundo seus advogados, ele não representaria, longe da empresa, “risco à ordem pública”. De acordo com a acusação e com depoimentos de delação premiada, as negociatas para acertar o valor das vantagens indevidas se davam entre o ex-deputado federal José Janene, morto em 2010, e Alencar, que era da Braskem e hoje está no grupo Odebrecht. Preso na 14ª fase da Operação Lava Jato, ele é citado por delatores do petrolão como operador de propina na empreiteira e como o homem que se encontrava com Rafael Angulo Lopez, auxiliar do doleiro Alberto Youssef que, além de distribuir a propina do petrolão para políticos, fazia depósitos em contas no exterior para beneficiários do esquema criminoso. Alencar também era companhia frequente do ex-presidente Lula em viagens para lobby internacional. (Laryssa Borges, de Curitiba)